

Após abrir a sessão desta quinta-feira (06) em alta, a cotação do dólar hoje inverteu o sinal e passou a cair. A moeda americana fechou o dia com queda de 0,52%, a R$ 5,7639. É o menor patamar desde 18 de novembro, quando terminou o dia cotado a R$ 5,7472. A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, atribui o alívio ao possível ingresso de fluxo cambial diante da valorização do minério de ferro.
O real e outras divisas latino-americanas voltaram a ganhar terreno em meio à alta do minério de ferro e à perspectiva de que não haja uma escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Pela manhã, investidores monitoraram também a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a rádios da Bahia. O presidente voltou a criticar a antiga gestão do Banco Central que, segundo ele, “deixou uma arapuca” com novos aumentos de juros previstos para 2025. Lá fora, o foco seguiu na China e na expectativa de um acordo com o governo de Donald Trump antes que as tarifas retaliatórias chinesas entrem em vigor, no dia 10.
Na quarta-feira (05), o dólar teve uma alta de 0,38% ante o real, interrompendo a sequência de 12 pregões consecutivos de queda. Para especialistas, o alívio no câmbio é uma surpresa positiva de um início de 2025 que está se desenrolando melhor do que o esperado. Se isso continuar, o dólar pode voltar a cair no curto prazo.
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Operadores voltaram a relatar entrada de fluxo comercial e de investidores estrangeiros para bolsa doméstica, em pregão de alta de quase 2% das ações da Vale. No meio da tarde, o dólar rompeu pontualmente o piso técnico de R$ 5,75, com mínima a R$ 5,7488. A redução dos ganhos do peso mexicano, após o Banco Central do México (Banxico) reduzir a taxa básica de juros de 10% para 9,50%, tirou parte do fôlego de outras moedas da região, incluindo o real.
Para o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, o comportamento do real espelha a redução de prêmios de risco embutidos em moedas emergentes diante da percepção de que Trump vai adotar uma postura “gradual e faseada” no front comercial, como mostra o adiamento de aumento de tarifas para México e Canadá. O economista ressalta que as moedas latino-americanas em especial, à exceção do México, se beneficiam da ausência de medidas mais agressivas dos EUA contra a China. Há expectativa até de que eventual conversa entre Trump e o líder chinês, Xi Jinping, resulte em algum acordo para suspensão de tarifas.
“Desde o começo de outubro, as moedas vinham perdendo valor em relação ao dólar, precificando uma postura bem mais agressiva de Trump. O real, que já era uma moeda depreciada, sofreu muito mais em dezembro, e agora se beneficia desse ajuste nos prêmios de risco”, diz Lima, acrescentando que também há menos ruído político, com ausência de atritos relacionados à liberação de emendas parlamentares.
(Com informações do Broadcast)