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CPFL Energia (CPFE3) tem lucro de R$ 1,1 bilhão no 2º tri, queda de 11,8%

A receita operacional líquida da empresa, por outro lado, aumentou 2,9% entre abril e junho

CPFL Energia (CPFE3) tem lucro de R$ 1,1 bilhão no 2º tri, queda de 11,8%
CPFL. (Foto: Divulgação/CPFL Energia)

Em um segundo trimestre marcado por um forte desafio operacional para superar os problemas provocados pelas inundações no Rio Grande do Sul, a CPFL Energia (CPFE3) registrou lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, o que representa uma queda de 11,8% em relação ao reportado no mesmo período do ano passado. Com isso, no acumulado nos primeiros seis meses deste ano o lucro líquido alcançou R$ 2,855 bilhões, montante 1,5% menor na comparação anual.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado do segundo trimestre ficou em R$ 2,837 bilhões, recuo de 7,1% na comparação anual. Em seis meses, a linha soma R$ 6,7 bilhões, alta de 1,8% ante mesmo intervalo de 2023.

A empresa explica que os efeitos não recorrentes afetaram o desempenho. De um lado, a empresa registrou despesas extraordinárias para reparo dos danos causados aos ativos pelas enchentes no Rio Grande do Sul e também anotou baixa de ativos. No total o impacto contábil foi de R$ 112 milhões.

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Por outro lado, o desempenho trimestral também foi afetado pela base de comparação, já que no segundo trimestre de 2023 a empresa anotou não recorrentes como um reconhecimento maior de base de remuneração como reflexo do processo de revisão tarifário pelo qual a companhia passou.

“Acabamos tendo, na comparação do ano, uma perda de R$ 60 milhões, que na verdade não é perda, porque foi um efeito pontual, e também tivemos redução do IPCA em relação ao ano passado, que me traz uma redução na correção do ativo financeiro em R$ 67 milhões”, explicou o diretor presidente da CPFL Energia, Gustavo Estrella, ao Broadcast Energia.

A receita operacional líquida somou R$ 9,662 bilhões entre abril e junho, crescimento de 2,9% frente ao anotado no mesmo período de 2023. No semestre, a receita alcançou 19.828 bilhões, 3,1% acima ao mesmo intervalo no ano passado.

Distribuição

O avanço da receita foi favorecido pela melhora no segmento de distribuição, que responde por 65% do Ebitda. As altas temperaturas impulsionaram o crescimento de mercado e levaram a um aumento de 7,3% na carga na área de concessão, líquida de perdas, para 17.738 GWh. Já as vendas na área de concessão cresceram 6,1% ante o mesmo período de 2023, sendo 11,2% na residencial, 11,0% na comercial e 1,5% no segmento industrial, a despeito da forte queda do consumo no Rio Grande do Sul, especialmente em maio.

Para Estrella, independentemente da influência das temperaturas, se depreende, ao longo dos últimos trimestres, uma mudança no hábito de consumo, com uso mais intensivo de energia elétrica. Isso, porém, vem pesando nos indicadores de inadimplência da CPFL. “O aumento de consumo traz uma conta mais alta para o cliente, então traz um desafio maior no pagamento dessa conta”, disse.

A inadimplência no segmento de Distribuição da CPFL ficou em 1,18% (PDD/Receita de Fornecimento) no segundo trimestre, ligeiramente abaixo do 1,22% do trimestre anterior, mas acima do 0,7% do segundo trimestre do ano passado. Embora tenha caído na comparação trimestral nas áreas de concessão do Estado de São Paulo, a inadimplência manteve tendência de alta no Rio Grande do Sul, onde a empresa não realizou cortes por conta das enchentes.
“Vemos um cenário, talvez, de uma queda, mas não rápida desses níveis de PDD, à medida que recuperamos o volume de corte para os patamares originais”, disse Estrella.

Geração

O segmento de geração, segunda principal fonte de resultados para a companhia, teve um desempenho penalizado pelos cortes na geração determinados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) por restrições do sistema, o chamado curtailment. A companhia registrou um impacto de R$ 21 milhões por causa desses cortes.

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“Essa vem sendo a média trimestral de impacto, e ainda não está definido nenhum tipo de compensação para esse montante”, disse Estrella, reiterando a expectativa de uma solução junto às autoridades governamentais para resolver a questão.

Dívida e investimentos

A CPFL encerrou o primeiro semestre com dívida líquida consolidada de R$ 26,25 bilhões, alta de 13,2% na comparação anual. O aumento reflete uma captação expressiva realizada no segundo trimestre, de R$ 1,6 bilhão. Com isso, a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, chegou a 2,1 vezes, alta de 0,29 em um ano.

Já os investimentos somaram R$ 1,353 bilhão entre abril e junho, alta de 12,7% na comparação anual. Em seis meses, os desembolsos chegaram a R$ 2,447 bilhões, com expectativa de totalizar R$ 5,9 bilhões no encerramento do ano, voltados principalmente para as redes de distribuição.

“Já tínhamos uma expectativa de concentração de investimentos para o segundo semestre, até em função de hidrologia, e seguimos no plano de entregar esse investimento importante para a companhia até dezembro”, disse Estrella.