Na avaliação do Julius Baer, os mercados responderam de forma positiva à aprovação dos fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) de bitcoin à vista nos Estados Unidos. “A temida situação ‘compre o boato, venda o fato’ não se concretizou”, aponta comentário assinado por Manuel Villegas, analista de ativos digitais do banco. Parte do mercado via a possibilidade de que o aval da Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) já estivesse precificado pela alta recente do segmento – e que, com o anúncio, viria uma realização.
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Nas horas após a publicação do comunicado de Gary Gensler, o presidente do regulador americano, o bitcoin operou com leve alta, enquanto o ethereum registrou ganhos de dois dígitos. O destaque positivo para esta que é a segunda maior criptomoeda em valor de mercado vem junto com a crescente expectativa por um ETF de ethereum à vista nos EUA.
Além disso, de acordo com Villegas, a volatilidade dos ativos não deve diminuir no curto prazo e uma consolidação é prevista à frente, após a acentuada alta recente.
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Apesar da aprovação, a SEC reforçou que não aprova nem endossa o bitcoin. As primeiras gestoras que podem negociar ETFs são Grayscale, Ark 21 Shares e BlackRock. Outras 10 estão com pedidos em análise. Nos próximos meses, a tendência é que ocorra uma aguerrida disputa de taxas nos produtos, avalia o analista do Baer. As cobranças até agora variam entre 1,5%, no ETF da Grayscale, até 0,25% sem cobrança nos primeiros seis meses na Ark.
“Os gestores de ativos farão todo o possível nas taxas para capturar a maior participação de mercado no mais curto espaço de tempo, uma vez que as taxas são uma das únicas diferenças notáveis na estruturação dos produtos [em relação à compra direta dos ativos]”, escreve Villegas.
Observar o mercado nos próximos dias será crucial para avaliar se a demanda atende às expectativas dos investidores. A visão geral é que os fundos de índice abrem caminho para um leque vasto de novos investidores, desde os de varejo aos institucionais que evitam cripto pela complexidade técnica e regulatória.