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Criteria Investimentos aposta em novo negócio de R$ 300 milhões. Confira

O objetivo, segundo executivos, não é converter os clientes em investidores

Criteria Investimentos aposta em novo negócio de R$ 300 milhões. Confira
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Depois de apostar em verticais como câmbio, estruturação de dívida e seguros para diversificação de serviços, público e receita, a holding da Criteria Investimentos – escritório ligado à XP – agora viu oportunidade em uma outra clientela e segmento: a antecipação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores endividados. Em parceria com os correspondentes bancários, o novo negócio deve movimentar um volume de R$ 300 milhões até o fim deste ano, segundo a Criteria.

“A ideia é popularizar e levar informação à população de que há essa possibilidade de crédito. Quantas pessoas, quando a situação aperta, vão no banco e pegam empréstimo caro, mal sabendo que elas já têm um dinheiro que é delas? Não podem pegar o dinheiro inteiro (do fundo), mas têm a possibilidade de adiantá-lo com juros baratos”, afirmou Bruno Setti, sócio e responsável pela GranaPix, que faz parte do Grupo Criteria, em entrevista ao Broadcast Investimentos. Ele diz ser um “empréstimo que já vem pago” e a juros de 1,80% ao mês, atualmente.

Foi sob essa avaliação que nasceu a GranaPix, startup lançada pela Criteria há menos de um ano para conectar os “grandes vendedores de FGTS” – os correspondentes bancários – à população. De um universo de 254,3 mil correspondentes bancários no Brasil, segundo dados de 2023 do Banco Central, já são cerca de 2 mil parceiros da GranaPix. Eles não têm exclusividade com a Criteria e trabalham “plugados” à plataforma.

O volume já movimentado na GranaPix gira em torno de R$ 100 milhões, segundo Setti. O montante cresce sem “grandes pulos”, mas de forma consistente mês a mês, conforme “as pessoas vêm conhecendo o produto”, disse o sócio da Criteria. Com a ampliação desse conhecimento e a expectativa de que o governo siga reduzindo os juros para antecipação – acompanhando a queda da Selic –, a perspectiva é chegar ao fim de 2024 com R$ 300 milhões negociados na plataforma.

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Mas Setti destaca que o objetivo da GranaPix é atender ao público que quer antecipar o dinheiro do FGTS para pagar dívidas caras ou comprar itens de primeira necessidade e não converter esses clientes em investidores da Criteria. “A Criteria trabalha com tíquetes de investimento muito altos, na média de R$ 1 milhão. Já a média de uma antecipação de saque-aniversário no mercado é menor que R$ 400”, diz Setti. “São públicos completamente diferentes.”

E se a antecipação do saque-aniversário acabar?

A contratação de crédito para antecipação do saque-aniversário do FGTS começou a partir de uma intenção do governo de apoiar a recuperação econômica durante a pandemia. A iniciativa da Caixa Federal, acompanhada primeiramente por outros bancos, foi avaliada como uma oportunidade de o mercado financeiro participar desse fluxo de empréstimos pessoais a juros baixos estipulados por lei, diz Setti, da Criteria.

No entanto, no ano passado, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, passou a tecer críticas ao saque-aniversário do FGTS. Setti também avalia que há um lobby de grandes construtoras pelo fim do acesso antecipado a esse dinheiro, que comumente é resgatado para aplicações imobiliárias. Diante disso, há a possibilidade de a “torneira fechar”.

Mas Setti diz que, caso aconteça, a plataforma da GranaPix poderia oferecer outros serviços junto aos correspondentes bancários que não a antecipação do saque-aniversário do FGTS. “Começamos com o FGTS por ser o mais óbvio, mais seguro, mais fácil e com mais apelo. Se porventura esse produto acabar, o que acho difícil, vamos oferecer outro.”