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CVM toma decisão em julgamento de irregularidades da Infinity Asset. Entenda o caso

Gestora está envolvida em diferentes polêmicas em 2023

CVM toma decisão em julgamento de irregularidades da Infinity Asset. Entenda o caso
(Foto: Envato Elements)
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  • A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) adiou o julgamento que apura supostas irregularidades no caso da Infinity Asset
  • O processo administrativo sancionador envolve nomes como o do CEO da gestora
  • Não há data para o julgamento sobre o processo ser retomado

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) adiou o julgamento que apura supostas irregularidades em operações com contratos derivativos de balcão realizadas por fundos de investimentos geridos pela Infinity Asset. A decisão foi tomada após pedido de vista de João Accioly, diretor do órgão, na quarta-feira (21).

O caso da Infinity tem gerado repercussão no mercado, em episódio que envolve desligamento do quadro da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), fechamento de fundos para resgates e passagem dos produtos para outra gestora.

O processo administrativo sancionador, de número 19957.009152/2018-34, foi aberto pela CVM para apurar irregularidades ocorridas entre setembro de 2014 a dezembro de 2018, envolvendo os nomes de David Fernandez, CEO da gestora, assim como de André Tadeu Paes de Souza, Andréa Moreira Lopes, Celso Gil Fernandez, além da própria Infinity Asset Management, da Infinity CCTV e da BRB DTVM.

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A diretora relatora do processo, Flávia Perlingeiro, destacou que os recentes episódios divulgados pela mídia relacionados às reclamações de investidores podem indicar possíveis novas irregularidades envolvendo alguns dos fundos da gestora. Esses casos, no entanto, devem ser apurados e analisados pelas áreas técnicas da CVM, podendo ser investigados em um novo processo.

Em relação às acusações relativas ao período de 2014 a 2018, a diretora relatora teve seu voto acompanhado por João Pedro Nascimento, presidente da CVM. Os dois consideraram culpados os acusados, estipulando multas que juntas chegam a R$ 7,75 milhões, sendo que, desse total, R$ 2 milhões devem ser pagos por David Fernandez, enquanto os outros R$ 2 milhões correspondem à multa aplicada à própria Infinity.

O CEO da gestora também pode vir a ser inabilitado temporariamente por 60 meses para o exercício de cargo de administrador ou de conselheiro fiscal de entidades que dependam de autorização ou registro na CVM.

Já a Infinity pode ter suspensão temporária, pelo prazo de 60 meses, de seu registro para prestação do serviço de administração de carteira de valores mobiliários, pois não agiu com lealdade em relação aos interesses dos cotistas dos fundos investigados.

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Não há data para o julgamento sobre o processo ser retomado, quando então será analisado por João Accioly e Otto Lobo, diretor da CVM que se declarou impedido e não participou da votação na quarta-feira.

Entenda o caso

Em dezembro do ano passado, a Infinity Asset foi desligada do quadro da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) após a entidade considerar que a casa descumpriu princípios da autorregulação, realizando investimentos em violação aos limites previstos nos regulamentos, entre outras falhas.

Já no começo de fevereiro de 2023, a gestora fechou três fundos de renda fixa para aplicações e resgates, após um aumento repentino e atípico das movimentações por parte de cotistas.

No início de março, os fundos foram reabertos após decisão tomada em assembleia geral de cotistas. Dias depois, uma nova reunião foi realizada para escolher um novo prestador de serviços de gestão dos produtos, onde ficou decidida a entrada da Vanquish Asset Management no lugar da Infinity Asset.

Em maio, um antigo fundo de investimento em renda fixa da Infinity Asset foi fechado pela segunda vez em 2023. O produto que agora se chama Vanquish Pipa e encerrou suas operações para resgates e aplicações, deixando novamente os clientes na mão.

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Assembleias com a atual gestora e a RJI Corretora, administradora do fundo, foram marcadas para resolver a questão ao longo de junho, mas acabaram sendo adiadas para novas datas, sendo que a próxima deve ocorrer no dia 30 deste mês. Entre os cotistas prejudicados, estão os recursos de diversos planos de saúde da Unimed, conforme pode ser conferido nesta reportagem.

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