Empreendimento da Direcional em Brasília. Foto: Daniel Manur / Divulgação/Direcional
Apesar da alta expressiva nas ações da Direcional (DIRR3) ao longo deste ano, o Itaú BBA renovou as suas expectativas positivas para a companhia por entender que ainda há espaço para evolução dos resultados – inclusive com pagamento adicional de dividendos.
O banco reiterou a classificação “outperform” (perspectiva de desempenho acima da média do mercado) para as ações da Direcional, com preço-alvo de R$ 36, o que representa uma expectativa de alta de cerca de 20% para os papéis.
As ações eram negociadas nesta quinta-feira (21) no patamar de R$ 30, o que representa uma valorização de 76% no acumulado dos últimos 12 meses.
Mas esse rali não chegou ao fim, afirmaram os analistas de construção civil Daniel Gasparete, Luiz Capistrano, Mariangela Castro e Alejandro Fuchs, em relatório do Itaú BBA.
Os analistas se encontraram com o diretor financeiro da Direcional, Paulo Sousa, e o coordenador de relações com investidores, André Damião, que reiteraram as perspectivas positivas para o negócio.
Segundo os analistas, a direção da empresa sinalizou que há potencial para um pagamento potencial na ordem de 100% do lucro em 2024 e 2025, resultando em um dividend yield acumulado de 20%. Os executivos reiteraram a previsão que o fluxo de caixa operacional melhore à medida em que o volume de vendas se converta em receitas (no setor de construção, a receita à apurada de acordo com o andamento das obras).
Um dos principais pontos positivos é que a demanda pelos imóveis da incorporadora continua consistente, sem sinais de desaceleração. Isso vale tanto para a marca Direcional, que atua no programa Minha Casa Minha Vida, quanto para a Riva, no médio padrão.
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As vendas líquidas da companhia superaram as expectativas em outubro, atingindo quase R$ 500 milhões, segundo os executivos relataram aos analistas. Outra mensagem foi que a velocidade de vendas deve aumentar nos próximos trimestres.
Diante da demanda aquecida, há, inclusive, espaço para reajuste de preços, caso seja necessário. Isso será levado em consideração perante a subida nos custos de construção, que se tornaram o principal ponto de atenção para a Direcional – bem como para o restante das empresas do setor. Vale lembrar que o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) vem subindo mês a mês, até atingir o patamar acumulado de 5,72% em outubro.
Os executivos da Direcional reforçaram a mensagem de que, dentro da empresa, a situação está dentro do controle. Os custos das obras na Direcional têm subido em um ritmo menor que a média nacional medida pelo INCC, visto que a empresa tem um peso menor da mão de obra em função da industrialização de certos processos internos. Além disso, a incorporadora tem cerca de R$ 28 milhões de economias acumuladas em relação aos seus orçamentos de construção, o que dá algum conforto para o curto prazo se a inflação continuar a aumentar.
Outro ponto positivo é a expectativa dos representantes da Direcional de que a margem bruta ainda cresça um pouco mais devido à mudança no mix de empreendimentos em execução. Isso porque os projetos antigos e menos rentáveis estão perdendo peso na receita total, à medida em que os projetos mais novos e mais rentáveis se sobrepõem.