O BB Investimentos estabeleceu nesta quarta-feira (25) o preço-alvo de R$ 48,50 para as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) em 2025 e reafirmou a recomendação de compra para os papéis da empresa. No mesmo dia, o JPMorgan elevou a sua recomendação para a petroleira de neutro para overweight (equivalente à compra). Mas o que tem feito os “bancões” demonstrarem otimismo com os ativos da estatal?
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De acordo com o analista Daniel Cobucci, que assina o relatório do BB sobre a Petrobras, a empresa tem demonstrado uma performance financeira sólida nos últimos anos, contando com uma combinação de baixos custos de extração, petróleo em patamar favorável e um operacional robusto.
Olhando para frente, o banco enxerga a manutenção desses pilares, contando ainda com outras perspectivas positivas: o crescimento da produção, o endividamento sob controle e uma política de dividendos e recompra de ações que deve seguir trazendo bons retornos para os minoritários, ainda que alguns riscos sigam no radar.
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Em relação ao petróleo, a casa entende que a commodity deve sofrer uma pressão baixista sobre os seus preços, com piso nos US$ 70, em meio às preocupações com a demanda mais fraca. No entanto, existem fatores que podem contribuir para um movimento de alta nas cotações, como um eventual acirramento dos conflitos no Oriente Médio, principalmente caso ocorra envolvimento direto do Irã, país que possui elevada produção de petróleo. A ocorrência de um inverno mais rigoroso no hemisfério norte, elevando consumo de derivados e de gás natural, também pode favorecer o aumento dos preços.
Já os gatilhos para baixa envolvem um eventual desaquecimento econômico global e uma queda ainda maior na demanda chinesa. O aumento da produção da commodity acima do que o previsto em grandes produtores também pode gerar um excesso de oferta, o que agravaria a condição atual de demanda menor do que a esperada.
Quanto aos dividendos, o BB entende que a Petrobras tem mantido uma remuneração aos acionistas bastante superior a de seus pares, graças à forte geração de caixa operacional, reforçada pela boa gestão do endividamento e pelo baixo patamar de alavancagem.
Pelos cálculos do banco, a remuneração total ao acionista ficou em R$ 94,4 bilhões em 2023, um payout (percentual do lucro de uma empresa que é distribuído entre os acionistas como dividendos) de 75,4%. Com isso, no ano passado, a petroleira entregou um retorno de dividendos de 23,4%, considerando a média das cotações das ações preferenciais e ordinárias em 2023.
Em seu modelo de análise, o BB estima uma distribuição de 36% do lucro líquido da Petrobras em dividendos em 2025, o que representaria um montante projetado em R$ 119 bilhões, ponderando a fórmula atual de distribuição de 45% do fluxo de caixa livre (FCL). Isso deve resultar em uma distribuição de R$ 3,49 por ação para 2025, representando um rendimento de 6,6%.
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“Essa é uma projeção conservadora, ou seja, o que entendemos como payout mínimo dadas as regras vigentes, e que tem chances de ser elevada pela distribuição de dividendos extraordinários”, pondera Cobucci, do BB.
JP Morgan enxerga que Petrobras está “barata”
Ao elevar a recomendação das ações ordinárias da Petrobras para overweight, o JPMorgan destacou que a decisão reflete o sólido FCL da empresa e o seu valuation descontado. Na opinião do banco, a estatal se destaca por sua eficiência em custos, o que se torna ainda mais relevante quando comparado com o desempenho abaixo do esperado das empresas juniores brasileiras de petróleo. A casa atualmente tem um preço-alvo de R$ 49 para os papéis da estatal.
Apesar das preocupações com possíveis mudanças estratégicas que possam impactar negativamente o caixa da empresa, a casa reforça que a capacidade da Petrobras de gerar retornos atraentes mesmo com preços mais baixos do petróleo é evidente.
Em relação aos proventos da estatal, o banco afirma que que a situação fiscal do governo brasileiro cria uma convergência de interesses entre acionistas majoritários e minoritários, especialmente a curto prazo. “A gestão tem mantido uma política consistente de preços e dividendos, sugerindo a possibilidade de proventos acima do mínimo previsto”, diz em relatório.
Para o JPMorgan, o risco do investimento reside na alocação de capital, com fusões e aquisições e o aumento do capex (qinvestimentos em bens de capital feitos por uma empresa) podendo comprometer o retorno do fluxo de caixa livre. Embora a previsão dessas atividades seja complexa, o banco observa um aumento significativo no orçamento de capex sob a nova administração da Petrobras.
*Com informações do Broadcast
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