O dólar sobe ante o real com uma realização moderada no mercado de câmbio após cinco dias de quedas seguidas e perdas da moeda americana de mais de 5% neste mês. O mercado local ajusta-se ao fortalecimento do dólar lá fora há pouco. Os investidores olham também a reação de alguns bancos, como o Santander Brasil, revisando para cima do crescimento do PIB brasileiro deste ano, após a subida do IBC-BR de 0,56% em abril ante março, o melhor desempenho em quase 10 anos, desde dezembro de 2013, e maior que a mediana de estabilidade projetada pelo mercado. O indicador, que é uma prévia do PIB do País, avançou 3,47% no trimestre até abril ante três meses anteriores, com ajuste.
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A curva de juros ajusta-se à valorização do dólar, mas a correção é contida, diante da deflação do IGP-10 de junho de 2,20%, maior que a mediana das projeções do mercado (-2,12%) e também que a queda de 1,53% em maio. O indicador reforça a chance de deflação do IPCA e de início de corte da taxa Selic em agosto, como projeta a maioria de casas financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast. Contudo, para a reunião do Copom na próxima semana, o mercado espera manutenção da taxa Selic em 13,25% ao ano.
No exterior, o diretor do BC americano Christopher Waller disse durante participação em evento na Noruega nesta sexta-feira (16) que a política monetária foi significativamente responsável pelo estresse bancário e que não apoia mudança de política monetária em função de preocupação com gestão de bancos.
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No Reino Unido, o juro do bônus britânico (Gilt) de 2 anos passou a cair após atingir mais cedo o nível inédito de 4,984%, segundo site de dados históricos de títulos soberanos, em meio a expectativas de que o Banco da Inglaterra (BoE) eleve seus juros em mais 25 pontos-base, em reunião no próximo dia 22, diante dos últimos dados de desemprego e inflação salarial do Reino Unido.
“Dado o forte impulso dos salários e preços, vemos riscos de que os membros mais hawkish do comitê (de política monetária do BoE) votem por um aumento de 50 pontos-base”, disseram analistas do Bank of America, em nota a clientes.
Já o dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Finlândia, Olli Rehn, disse hoje que as decisões futuras da autoridade monetária europeia seguirão a abordagem dependente de dados. O objetivo é garantir que as principais taxas de juros do BCE sejam levadas a níveis suficientemente restritivos para alcançar a meta de 2% a médio prazo, afirmou.
Às 9h48, o dólar à vista subia 0,62%, a R$ 4,8318. O dólar futuro para julho avançava 0,32%, a R$ 4,8440.
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