O dólar se desvalorizou frente ao iene, ao euro e à libra, com investidores atentos a vários indicadores. Além disso, declarações do Banco Central Europeu (BCE) apoiaram a moeda comum, com a presidente da instituição, Christine Lagarde, sugerindo mais altas de juros à frente.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 144,05 ienes, o euro se valorizava a US$ 1,0964 e a libra tinha alta a US$ 1,2759. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,19%, a 102,492 pontos.
O DXY já recuava no início do dia, ampliando perdas da sessão anterior. No caso do euro, a perspectiva de mais aperto monetário apoiou a moeda. Lagarde destacou a inflação “muito elevada” e disse que, com isso, deve ser preciso elevar mais os juros e mantê-los nesse patamar “pelo tempo necessário” para retornar a meta de 2% nos preços. Entre dirigentes do BCE, Martins Kazaks previu mais altas e disse que não deve haver corte de juros no primeiro semestre de 2024, enquanto Gediminas Simkus não excluiu altas de juros também em setembro, mas Bostjan Vasle não se comprometeu, dizendo que avaliará ainda os indicadores até as próximas reuniões.
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Na agenda de indicadores, dados dos Estados Unidos chegaram a fazer o dólar reduzir perdas, mas não inverteram o movimento no câmbio. O índice de confiança do consumidor do país elaborado pelo Conference Board subiu de 102,5 em maio a 109,7 em junho, na máxima desde janeiro de 2022, quando analistas ouvidos pela FactSet previam 103,9. As vendas de moradias novas também superaram a previsão, em maio ante abril, enquanto as encomendas de bens duráveis cresceram 1,7% na mesma comparação mensal, quando se esperava queda de 1,0%.
Em entrevista ao Broadcast, o economista-chefe do Citi para os EUA, Andrew Hollenhorst, comentou hoje que sua perspectiva atual para o dólar é “neutra para fraca”, com bancos centrais de outros países desenvolvidos apertando mais a política monetária, enquanto o Fed está mais próximo do fim de seu ciclo de aperto.
A Capital Economics, por sua vez, analisa o quadro nas moedas latino-americanas. Em relatório a clientes, a consultoria projeta desvalorização do peso mexicano e também do real, no restante de 2023, revertendo a força vista anteriormente neste ano. Na política monetária, há divergência entre bancos centrais emergentes, a depender de cada quadro (leia mais na especial publicada às 15h54), mas para o Wells Fargo deve haver corte de juros no segundo semestre na maioria dos BCs emergentes.
Entre as divisas emergentes, o dólar avançava a 255,2372 pesos argentinos, no horário citado. De acordo com o jornal Ámbito Financiero, o dólar no mercado paralelo local, conhecido como “dólar blue”, atingiu hoje recorde histórico, em 496 pesos. O país enfrenta quadro delicado, com inflação acima de 100% ao ano, enquanto o Banco Central da República Argentina (BCRA) tem feito intervenções no mercado cambial para tentar conter o quadro do peso, aponta o mesmo diário local.
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