O dólar abriu a semana em queda no mercado doméstico de câmbio, alinhado ao sinal de baixa da moeda americana em relação a divisas fortes e emergentes, em dia marcado por valorização de ativos de risco no exterior. Operadores voltaram a relatar entrada de fluxo estrangeiro para a bolsa brasileira, venda de exportadores e desmonte parcial de posições defensivas no mercado futuro de câmbio, para ajustes e realização de lucros.
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Tirando uma alta pontual e bem limitada na abertura dos negócios, quando atingiu máxima a R$ 5,2288 (+0,13%), o dólar operou em baixa ao longo de toda a sessão. Com mínima a R$ 5,1606 (-1,17%) no início da tarde, a moeda fechou cotada a R$ 5,1765, queda de 0,87%. Foi o segundo pregão seguido de recuo do dólar no mercado local, com perdas acumuladas de 1,93% no período. Em fevereiro, a moeda ainda apresenta valorização de 1,97%.
Contribuiu para a calmaria no mercado de câmbio a ausência de nova fala crítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central, em cerimônia no Palácio do Planalto hoje para assinatura de decretos recriação de programas para catadores e reciclagem. As expectativas giram em torno de entrevista do presidente do BC, Roberto Campos Neto, hoje à noite no programa Roda Viva, da TV Cultura, e para o encontro do Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira, 16, em meio ao debate público sobre mudança da meta de inflação.
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“Sem ruído político hoje, o mercado local acompanhou o apetite ao risco lá fora, com as bolsas em Nova York subindo e o dólar perdendo força com a espera pelo CPI”, afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, em referência à divulgação, amanhã, do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em janeiro nos EUA. “Se o CPI vier em linha, será o sinal verde para nova valorização dos ativos de risco. Está se consolidando a leitura de que a inflação vai ceder sem que a economia americana entre em recessão. Se não houvesse esse barulho local, o dólar poderia estar abaixo de R$ 5,00”.
No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes – operou em baixa firme ao longo do dia e, quanto o mercado local fechou, era negociado aos 103,325 pontos, em queda de 0,29%. Com raras exceções, o dólar caiu frente a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, incluindo pares do real, como peso chileno, peso mexicano e rand sul-africano.
O Itaú Unibanco alterou hoje sua projeção para o câmbio deste ano e do próximo. A expectativa para a taxa no fim de 2023 passou de R$ 5,50 para R$ 5,30, em meio a um ambiente internacional mais favorável. “A melhora se dá exclusivamente pelo ambiente externo mais benigno, ainda que com momentos voláteis”, afirma o relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita. De acordo com o banco, o prêmio de risco doméstico segue em nível elevado e deve impedir uma apreciação maior da moeda. “Projetamos a taxa de câmbio em R$ 5,40 por dólar em 2024”, afirma.
Entre os indicadores, a balança comercial registrou superávit de US$ 958,3 milhões na segunda semana de fevereiro, segundo dados divulgados à tarde pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O saldo acumulado em fevereiro chegou a US$ 1,566 bilhão e, no ano, o superávit é de US$ 4,145 bilhões.
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