Veja o que influenciou o desempenho do dólar na sessão. Foto: Adobe Stock
O dólar hoje fechou em queda no mercado local, em linha com o desempenho global da moeda americana. Nesta terça-feira (25), a divisa cedeu 0,34% sobre o real, cotada a R$ 5,3767 na venda. Ao longo da sessão, a moeda oscilou entre máxima de R$ 5,413 e mínima de R$ 5,3576. O índice DXY, que compara o dólar com seis pares fortes, recuava 0,37%, aos 99,770 pontos.
O mercado acompanhou diferentes dados da economia americana, que, no geral, reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) vai cortar os juros naquele país em dezembro. A expectativa provocou alta nas Bolsas de Wall Street e queda do dólar sobre as principais divisas internacionais na sessão.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,3% em setembro ante agosto, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país nesta terça-feira. Analistas consultados pela FactSet projetavam alta mensal de 0,3%.
Já as vendas no varejo dos Estados Unidos cresceram 0,2% em setembro ante agosto, segundo dados com ajustes sazonais divulgados pelo Departamento do Comércio. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 0,3% das vendas.
Por sua vez, o índice de confiança do consumidor nos EUA, elaborado pelo Conference Board, caiu para 88,7 em novembro, ante 95,5 em outubro. O resultado veio bem abaixo da expectativa de queda a 92,9.
“Os indicadores de confiança, chamados de soft data, nem sempre acertam muito. A preocupação do consumidor não necessariamente traduz em freio de consumo”, avalia William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, acrescentando que os três indicadores do dia mostraram uma fotografia “um pouco mais fraca da economia americana”.
Noticiário doméstico em segundo plano
O cenário doméstico teve menor influência sobre o câmbio hoje, mas esteve no radar dos investidores a notícia de que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Ele disse que a autarquia está sujeita a ser questionada pelo que fez e o que não fez no caso do Banco Master. “Para que possamos avançar em um processo efetivo, seja para vetar uma operação, seja para liquidar um banco, é muito importante que ela esteja fundamentada no processo e juridicamente, não só pelo debate da opinião pública”, acrescentou.
Também ficou no radar uma pesquisa divulgada pela CNT/MDA, que mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está à frente em um primeiro turno e derrotaria todos os oito adversários testados em um eventual segundo turno nas eleições presidenciais de 2026. Foram feitas 2.022 entrevistas entre 19 a 23 de novembro, de forma presencial e domiciliar, em 140 municípios de todas as 27 unidades federativas. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais. Confira aqui os cenários considerados pelo estudo.
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Ainda no cenário interno, persistem as preocupações fiscais diante da votação no Senado de um projeto que pode elevar os gastos públicos. A “pauta-bomba” que será apreciada no Senado hoje é um Projeto de Lei Complementar (PLP) que regulamenta a aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias. O tema pode pressionar a curva de juros.
O Ministério da Previdência Social prevê impacto financeiro de R$ 24,72 bilhões e técnicos chegaram a estimar até R$ 200 bilhões. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o PLP teria impacto “muito grande” para as contas públicas. A equipe econômica considera provável que o texto avance no Senado.
Volatilidade deve persistir
Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, avalia que, nos mercados futuros, a cotação do dólar tem oscilado em faixa estreita, com volume moderado de negociação e pouca convicção para grandes viradas. Ainda assim, a volatilidade pode reaparecer se houver surpresas nos dados econômicos dos EUA ou novas sinalizações de política monetária.
“Para consumidores, especialmente aqueles expostos a compromissos em dólar, como viagens ou produtos importados, há um respiro, mas o câmbio permanece vulnerável a choques externos ou mudanças nas expectativas sobre juros internacionais”, destaca Gusmão.
Confira aqui em tempo real o dólar e as notícias sobre as principais moedas internacionais.