O que este conteúdo fez por você?
- Às 9h5, a moeda americana era negociada a R$ 5,5288, recuo de 1,05% em comparação ao dia anterior
- Uma grande falha nos sistemas de TI afetou companhias aéreas, empresas ferroviárias e o setor de telecomunicações mundialmente
- Bradesco e Azul informaram que suas operações foram afetadas
O dólar hoje abriu o pregão em baixa, enquanto investidores permanecem atentos ao cenário fiscal no Brasil e avaliam os possíveis impactos nos mercados financeiros após um apagão cibernético global. Às 9h5 desta sexta-feira (19), a moeda americana era comercializada a R$ 5,5288, queda de 1,05% quando comparado ao dia anterior.
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Na quinta-feira (18), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões no Orçamento de 2024, juntamente com um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões. Essas medidas, segundo o ministério da Fazenda, visam garantir o cumprimento da regra de gastos estabelecida no novo arcabouço fiscal. Contudo, os valores não atenderam totalmente as expectativas do mercado.
Internacionalmente, além das questões políticas e das decisões de juros nos Estados Unidos, os mercados estão atentos aos efeitos do apagão cibernético nas ações do setor de tecnologia e também no dólar. Investidores acreditam que, se o problema não for normalizado o quanto antes, vai acabar impactando no pregão de hoje ao longo do dia.
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Ontem, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,5887 na venda, em alta de 1,89%.
Apagão cibernético causa problemas para empresas ao redor do mundo
O problema que causou um apagão cibernético global nesta sexta-feira (19) e gerou confusão em diversas empresas foi identificado e está em processo de correção, informou o CEO da CrowdStrike, empresa americana de cibersegurança. “A CrowdStrike está trabalhando ativamente com os clientes afetados por uma falha encontrada em uma atualização de conteúdo dos usuários do Windows (…) não é um incidente de segurança ou um ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi aplicada”, disse George Kurtz nas redes sociais X e LinkedIn.
Uma grande falha nos sistemas de tecnologia da informação impactou diversas operações globais hoje, afetando companhias aéreas internacionais, empresas ferroviárias e o setor de telecomunicações. Nos EUA, principais companhias aéreas como Delta, United e American Airlines suspenderam voos pela manhã devido a “problemas de comunicação”, conforme relatado pela Administração Federal de Aviação (FAA). Situações semelhantes ocorreram em aeroportos de Berlim (Alemanha), Amsterdã-Schiphol (Países Baixos), Hong Kong e em todos os aeroportos da Espanha, segundo informaram os administradores desses terminais.
- Confira também: XP diz que dólar deve cair até o fim de 2024; veja para onde vai a moeda
No Brasil, alguns voos da companhia aérea Azul podem sofrer atrasos pontuais devido à intermitência no serviço global do sistema de gestão de reservas, informou a empresa ao E-Investidor.
“A recomendação é que os clientes, que possuem voo hoje e ainda não realizaram o check-in, cheguem ao aeroporto mais cedo e dirijam-se ao balcão de atendimento da companhia. A Azul lamenta eventuais transtornos causados aos clientes”, diz a empresa.
Na Suíça, o maior aeroporto do país, Zurique, também suspendeu pousos até nova ordem. No entanto, os aeroportos de Pequim não foram afetados pelo apagão cibernético, conforme relatado pela imprensa estatal chinesa. Além das companhias aéreas e aeroportos, o apagão cibernético prejudicou hospitais nos Países Baixos, a Bolsa de Valores de Londres e o sistema ferroviário britânico.
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A programação do canal britânico Sky News foi interrompida, e na Austrália, o canal nacional ABC anunciou uma falha “grave” em seus sistemas. Segundo a agência francesa de segurança cibernética Anssi, “não há evidências de que a interrupção tenha sido causada por um ciberataque”. A empresa australiana de telecomunicações Telstra afirmou que os cortes foram devido a “problemas globais” no software fornecido pela Microsoft e pela empresa de segurança cibernética CrowdStrike.
Valorização do dólar e quadro fiscal continuam no radar do mercado
Além da valorização do dólar em relação a outras moedas fortes, que elevou o índice DXY (que compara a divisa dos Estados Unidos a uma cesta de rivais) a picos diários, o real enfrentou ontem pressão devido à expectativa de que o bloqueio no relatório bimestral de receitas e despesas, a ser divulgado no dia 22, ficará abaixo de R$ 10 bilhões. Esse valor é considerado insuficiente pelos economistas.
Na quinta-feira à tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu autorização para que sua equipe avance na análise de medidas legais para implementar um corte de R$ 25,9 bilhões no Orçamento de 2025, segundo informações do Estadão.
Haddad indicou que ainda não há decisão sobre se essas mudanças serão realizadas por meio de um projeto de lei ou de Medida Provisória (MP), mas o objetivo é que a questão seja resolvida antes do envio da proposta orçamentária do próximo ano. Parte dos ajustes necessários poderá ser incluída no parecer do senador Jaques Wagner (PT-BA), que está encarregado da proposta de compensação pela desoneração da folha de pagamentos.
O ministro da Fazenda revelou que a questão foi discutida em reunião com o presidente no Palácio do Planalto na manhã de hoje. Haddad mencionou que o encontro abordou investimentos “necessários” para a verificação dos cadastros dos programas e as ações a serem tomadas para o progresso do plano de cortes anunciado há duas semanas.
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Sobre o Orçamento de 2025, Haddad explicou que os limites por pasta já foram definidos pelo Ministério do Planejamento. “O que nós estamos fazendo é colocar os limites orçamentários nos termos do arcabouço fiscal. A divisão entre ministérios é uma negociação que cabe mais ao Planejamento fazer”, declarou o ministro.
Ontem, no fim do dia, Haddad disse que o governo federal fará uma contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir as regras do arcabouço fiscal e preservar a meta de déficit zero das despesas públicas prevista para o fim do ano. Desse total, segundo o ministro, R$ 11,2 bilhões serão de bloqueio e outros R$ 3,8 bilhões de contingenciamento.
Com os números de hoje, o dólar tem alta de 2,88% na semana, queda de 0,02% no mês e avanço de 15,14% no ano.