O dólar hoje opera em queda, com o mercado na expectativa pela decisão de juros do Federal Reserve (Fed) na próxima semana. A moeda americana cede 0,01% a R$ 5,312 às 15h37 desta quinta-feira (4), depois de oscilar entre máxima a R$ 5,3161 e mínima a R$ 5,2882. O índice DXY, que compara o dólar com seis moedas fortes, sobe 0,08% aos 98,935 pontos no mesmo horário.
Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, explica que a apreciação do real ocorre devido ao diferencial de juros entre Estados Unidos e Brasil. “Esse movimento é reflexo da expectativa de corte de juros pelo Fed, o que torna moedas de países emergentes, como o real, mais atraentes”, afirma.
Nos EUA, saíram dados de auxílio-desemprego da semana encerrada em 29 de novembro. O número de pedidos foi de 191 mil, com uma diminuição de 27 mil em relação ao nível revisado da semana anterior. O dado ficou abaixo da previsão compilada pela FactSet, que era de 221 mil pedidos.
Os números mais recentes da plataforma FedWatch, do CME Group, indicam 87% de chance de um corte de 25 pontos-base nos juros americanos em dezembro. Na última sessão, essa probabilidade estava em 89%.
O mercado também acompanha discussões da equipe do presidente Donald Trump, que avalia indicar o secretário do Tesouro, Scott Bessent, como principal conselheiro econômico da Casa Branca, caso Kevin Hassett assuma o comando do Fed em 2026, segundo informações da Bloomberg.
PIB do Brasil desacelera no terceiro trimestre
No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% na comparação com os três meses anteriores. O número foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. O resultado ficou dentro do esperado pelos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, cujo intervalo variava de queda de 0,5% a alta de 0,4%. Mas veio um pouco abaixo da mediana das previsões, que era de alta de 0,2%.
Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, avalia que o desempenho da economia no terceiro trimestre confirma a perda de dinamismo da atividade, refletindo os impactos do aumento da taxa de juros reais sobre a demanda interna. “Setores cíclicos como consumo, investimento e indústria tendem a sentir esse impacto de forma mais clara”, afirma.
Lauro Sawamura Kubo, gestor de fundos de investimento da Patagônia Capital, afirma que o indicador ajuda a dar sinalizações sobre a política monetária no Brasil. “Um PIB mais fraco abre espaço para vermos quedas de juros à frente”, diz.
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