

O dólar hoje abriu esta segunda-feira (10) perto da estabilidade e assim permaneceu durante as primeiras horas da sessão, até engrenar um movimento acentuado de alta e encerrar o dia com valorização de 1,07% ante o real, a R$ 5,8521. Pesou sobre o mercado de câmbio a aversão a risco no exterior, onde as incertezas sobre as tarifas comerciais do governo de Donald Trump e a atividade econômica nos Estados Unidos minam o apetite de investidores.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, explica que a sessão majoritariamente negativa nos EUA afetou os mercados globais enquanto o tema das tarifas permanece no radar e a incerteza sobre a implementação da política tarifária pela administração Trump, somada às retaliações dos países afetados, continua diminuindo a confiança dos consumidores e do setor privado nos EUA. A preocupação é de que a guerra comercial leve a uma desaceleração mais forte na economia americana.
“Diante da deterioração dos ativos e do sentimento negativo, o mercado esperava alguma sinalização do presidente Trump – que, ao longo do primeiro mandato, demonstrou preocupação com o desempenho da Bolsa Americana, frequentemente associando o sucesso das políticas de sua administração ao desempenho dos mercados. No entanto, no domingo (9) Trump evitou colocar panos quentes na situação e afirmou que a economia americana se encontra em um ‘momento de transição'”, pontua Shahini.
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Também jogou contra o real a queda do minério de ferro em Dalian, na China, mesmo após novas promessas do governo chinês de adotar estímulos à economia interna. No sábado (8), Pequim reafirmou em comunicado sua estratégia para reforçar o consumo interno do país como motor de crescimento econômico por lá – uma mensagem que chega após dados de inflação ao consumidor virem abaixo das expectativas de mercado.
No Brasil, investidores acompanham a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, que será divulgado na quarta-feira. O Boletim Focus desta segunda trouxe uma piora nas expectativas de inflação para 2025. A projeção para o dólar ao fim de 2025 segue em R$ 5,99.