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Dólar hoje: moeda dispara e fecha no nível mais alto das últimas três semanas

Dólar vive uma valorização global, em relação às moedas de mercados emergentes, impulsionado pela queda das commodities

Dólar hoje: moeda dispara e fecha no nível mais alto das últimas três semanas
Foto: Envato Elements
  • A valorização do iene, ligada às operações de carry-trade, continua a pressionar o real
  • O real e o peso mexicano foram as moedas mais afetadas pela valorização do iene
  • A queda no minério de ferro e a dificuldade na economia chinesa aumentam a aversão ao risco

O dólar hoje abriu e fechou o pregão em alta em relação ao real, oscilando entre R$ 5,593 a R$ 5,67. Por volta das 17h desta quarta-feira (24), a moeda americana encerrou o dia comercializada a 5,6592, um avanço de 1,25%, o que representa os níveis mais altos das últimas três semanas. Desde ontem, o dólar vive uma valorização global, especialmente em relação às moedas de mercados emergentes, impulsionado pela queda nos preços das commodities.

A aversão ao risco no cenário internacional e a pressão decorrente da valorização do iene, influenciada pelas operações de carry-trade que envolvem o real — uma estratégia financeira que implica em tomar empréstimos em uma moeda com juros baixos e investir em outra com juros altos para lucrar com a diferença — continuam a depreciar a moeda brasileira.

O real divide o destaque negativo desta sessão com o peso mexicano, outra moeda fortemente associada ao iene japonês através de operações de carry-trade. Essas operações consistem em tomar empréstimos em países com juros baixos, como o Japão, e investir em mercados com taxas elevadas, como Brasil e México.

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Em relação ao iene, o dólar registrava uma queda acentuada de 1,10%, enquanto o real e o peso mexicano recuavam mais de 2% em relação à moeda japonesa. A perspectiva de aumento das taxas de juros pelo Banco do Japão, enquanto outras economias desenvolvidas cortam ou preparam-se para cortar suas taxas, é um dos fatores que impulsionam a valorização do iene hoje.

Em 2024, o real tem apresentado o pior desempenho frente ao dólar entre as moedas de 27 países. Até o fechamento do mercado na terça-feira (23), acumulava uma queda de 13,25%. No mesmo período, o peso argentino recuou 12,82% (com a Argentina registrando uma inflação de 271,5% em 12 meses), a lira turca caiu 10,14% e o sol peruano teve uma queda de apenas 0,67%, de acordo com dados da consultoria Elos Ayla.

Dólar: Tebet fala em revisar gastos tributários

No Brasil, segundo o diretor de câmbio da Ourominas, Elson Gusmão, o que pesa é a questão fiscal. A Ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que a equipe econômica fará uma coletiva de imprensa na próxima semana para dar detalhes dos cortes do orçamento de 2024 e 2025.

Na tarde da terça-feira (23), ao final de sua participação na mesa “Combater as desigualdades e erradicando a pobreza, a fome e a desnutrição”, que integra a programação paralela da Reunião Ministerial de Desenvolvimento do G20, Tebet disse que os programas sociais não são um problemas para o orçamento brasileiro.

De outro lado, a ministra defendeu a necessidade de uma revisão dos gastos tributários. As declarações ocorrem em meio à decisão do governo de congelar R$ 15 bilhões do orçamento de 2024.

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Outro empecilho para o Brasil é a dificuldade na economia chinesa, já que o país é o maior parceiro comercial do Brasil. A queda expressiva no minério de ferro aumenta a aversão pelo risco. “Percebemos que quando o dólar bate em R$ 5,60, o mercado aproveita para realizar lucro daqueles que compraram o dólar com a cotação mais baixa”, diz Gusmão.

Mercado está atento aos novos dados econômicos dos EUA

Desde a abertura do pregão de hoje, o mercado está atento aos números do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) americano. Além disso, investidores acompanham de perto as declarações de alguns dos dirigentes do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, deve fazer um discurso às 17h, no horário de Brasília, e Michelle Bowman, membro da diretoria do Fed, deve falar em um evento por volta das 17h30.

Essas apresentações podem oferecer pistas sobre o futuro das taxas de juros americana neste ano, especialmente após o presidente do Fed, Jerome Powell, ter dado sinais de que um corte nos juros está mais próximo do que se espera.

Além disso, o mercado também está de olho nas gigantes da tecnologia, conhecidas como big techs. Ontem, as ações da Tesla e da Alphabet (empresa controladora do Google) caíram no pós-mercado após a divulgação de seus balanços. De acordo com analistas, essas quedas são atribuídas principalmente às incertezas no cenário eleitoral.

As atenções também continuam voltadas para o avanço de Kamala Harris como líder da chapa democrata nas eleições americanas, após Joe Biden anunciar que não buscará reeleição.

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Até hoje, o dólar registra queda de 0,32% na semana, recuo de 0,05% no mês e alta de 15,11% no ano.

 

 

 

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