Após romper o piso de R$ 4,90 pela manhã e registrar mínima a R$ 4,8962, o dólar à vista reduziu o ritmo de baixa ao longo da tarde em sintonia com o exterior e encerrou a sessão desta quarta-feira, 13, cotado a R$ 4,9173, em queda de 0,72%. A moeda americana ganhou força ante o euro e o iene na segunda etapa de negócios, mas manteve sinal negativo em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, incluindo os pares latino-americanos do real.
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Com a agenda doméstica esvaziada, os negócios foram guiados pelos indicadores externos. Leitura de inflação ao consumidor nos EUA sem surpresas afastou receio de uma postura mais dura do Federal Reserve no curto prazo. Ferramenta de monitoramento do CME Group mostra que as chances de manutenção da taxa básica americana na faixa entre 5,25% e 5,50% na reunião de política monetária do BC americano na semana que vem (dias 19 e 20) se mantiveram acima de 90%. Há ainda por volta de 45% de probabilidade de uma elevação dos juros até o fim do ano.
Operadores notaram desmonte parcial de operações cambiais defensivas no segmento futuro. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar para outubro apresentou bom giro, acima de US$ 12 bilhões. Ontem, a alta da divisa americana por aqui foi atribuída justamente a uma postura cautelosa de investidores, que procuraram proteção no mercado futuro diante de temores de que a inflação americana surpreendesse para cima.
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“O CPI dos EUA veio bastante em linha com o esperado. A primeira reação foi alta das taxas dos títulos do tesouro americano, que cederam em seguida, renovando mínimas ao longo do dia. Essa redução das taxas dos Treasuries derruba o dólar”, afirma o diretor de tesouraria do Braza Bank, Bruno Perottoni.
As atenções se voltam agora para a divulgação, amanhã, da inflação ao produtor (PPI) e dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA. Do outro lado do Atlântico, o Banco Central Europeu (BCE) anuncia decisão de política monetária, seguida de pronunciado da presidente da instituição, Christine Lagarde.
Por aqui, o Banco Central informou que o fluxo cambial total em setembro (até o dia 8) está negativo em US$ 1,739 bilhão, em razão de saída líquida de US$ 2,713 bilhões pelo canal financeiro. No comércio exterior, houve entrada líquida de 873 milhões nesse período. No ano (até 8 de setembro), o fluxo cambial total é positivo em US$ 20,612 bilhões.
Segundo Perottoni, do Braza Bank, a percepção do mercado é que não há motivos que sustentem uma taxa de câmbio acima do nível de R$ 5,00. Por outro lado, a ausência de “boas notícias do lado fiscal e de crescimento” impedem uma apreciação mais forte do real. Há incertezas também em torno do ritmo e da magnitude do ciclo de cortes da taxa Selic.
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“O mercado parece estar confortável com ritmo de cortes de 50 pontos-base, mas ainda há que se definir que nível teremos no final do ciclo”, afirma o tesoureiro, ressaltando que o processo de redução dos juros deve respeitar a realidade econômica do País. “O Chile vem forçando quedas de juros mais abruptas, e o peso chileno se desvalorizou fortemente. Na contramão, o México mantém a taxa básica em 11,25%, e o peso mexicano segue sua trajetória de valorização frente ao dólar”.