O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira (22) em alta de 0,30%, cotado a R$ 4,9530, em dia marcado por desvalorização de divisas emergentes, em especial latino-americanas, pressionadas pelo avanço das taxas dos Treasuries de curto prazo. Nova rodada de indicadores da economia americana, como pedidos de auxílio-desemprego, reforçou a leitura de que o Federal Reserve deve esperar até junho para começar a reduzir os juros.
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No início do pregão, o dólar chegou a trabalhar em queda, quando registrou mínima a R$ 4,9190, em meio ao apetite por risco em Nova York, na esteira dos fortes resultados da Nvidia no quarto trimestre divulgados ontem à noite. Mas a divisa trocou de sinal ainda pela manhã e acelerou os ganhos ao longo da tarde, em sintonia com o exterior.
Na última hora de negócios, a moeda ultrapassou o nível de R$ 4,95, com máxima a R$ 4,9540. “A força da economia dos Estados Unidos e a possibilidade de postergação dos cortes de juros por lá devem manter a taxa de câmbio no Brasil ainda em patamares elevados, flutuando no corredor de R$ 4,85 a R$ 4,95 ao longo dos próximos dias”, afirma o consultor da Remessa Online André Galhardo, que chama a atenção para o resultado abaixo do esperado dos pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA, que refletem um mercado de trabalho ainda apertado. “Isso lança dúvidas se o afrouxamento monetário se iniciará em maio ou em junho”.
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O número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA teve queda de 12 mil na semana encerrada em 17 de fevereiro, a 201 mil. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas (217 mil). Já os PMIs (Indústria, Serviços e Compostos) vieram mistos, mas ainda acima de 50, indicando expansão da atividade.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes, o índice DXY operou ao longo do dia em leve queda, pouco abaixo do limiar dos 104,000 pontos, com ligeiro avanço do euro e alta da libra. Pela manhã, a ata do mais recente encontro de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) veio no mesmo tom da ata do Fed divulgada ontem à tarde, ao revelar que os dirigentes da instituição precisam de mais confiança no processo de desinflação antes de discutir quedas de juros.
O chefe da mesa de operações do C6 Bank, Felipe Garcia, observa que real e seus pares latino-americanos devolveram neste início de ano parte dos ganhos do ano passado, com a perspectiva de corte inicial de juros pelo Fed passando de março para junho. “Houve essa mudança do dólar de R$ 4,80 para R$ 4,90, mas a volatilidade segue muito baixa. Isso mostra que o mercado absorveu bem as mudanças. Além disso, o fluxo comercial continua forte e ajuda o real”, afirma Garcia.
À tarde, o BC divulgou que o fluxo cambial em fevereiro (até o dia 16) está positivo em apenas R$ 218 milhões, graças à entrada líquida de US$ 1,389 bilhão via comércio exterior. Pela conta financeira, houve saída líquida de US$ 1,172 bilhão no período. No ano, até 16 de fevereiro, o fluxo total é positivo em US$ 5,421 bilhões, com entrada de US$ 6,018 bilhões pelo lado comercial.
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