(Simone Cavalcanti, Estadão Conteúdo) – O dólar se manteve em alta desde a abertura da sessão de negócios, encerrando o dia com valorização de 0,96%, a R$ 5,1405 no segmento à vista. O dia de agenda esvaziada e a falta de pressões externas contribuíram para menor volatilidade do que vistas em dias anteriores e a divisa oscilou entre a mínima a R$ 5,1124 e a máxima a R$ 5,1545.
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Para analistas, o pregão de hoje foi de ajustes a um real que vem se apreciando, principalmente, desde que o Banco Central indicou o fim do aperto de política monetária no Brasil. Em 30 dias, o dólar acumula recuo de 5,84% frente à moeda doméstica.
“O real vem se valorizando mais do que os seus pares e essa temática teve início pós-decisão do BC brasileiro, que sinalizou que o ciclo de aperto monetário vai terminar”, disse Laszlo Lueska, sócio-gestor da Octante, ressaltando que os investidores estrangeiros estão mais otimistas com o país uma vez que é um dos primeiros a sinalizar o fim do arrocho. “A calmaria no mercado externo hoje, sem variação significativa de Treasuries, permite ajustes.”
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O declínio da cotação das commodities também ajudou o dólar a se valorizar, principalmente em relação a moedas de exportadores. Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte baixa em razão do avanço nas negociações do acordo nuclear entre Irã e União Europeia. Operadores também aguardavam dados sobre os estoques de petróleo nos Estados Unidos. O petróleo WTI para setembro fechou em baixa de 3,22%, a US$ 86,53 o barril, e o Brent para outubro recuou 2,90%, a US$ 92,34 o barril. Já o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, perdeu fôlego após dois dias de altas, e há instantes operava em baixa de 0,08%, a 106.460 pontos.
Para quarta-feira, os investidores aguardam a divulgação da ata da mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Caso venha mais “dovish” o dólar tende a perder força frente a outras divisas e o real pode ter um novo dia de valorização.
Para o nível da cotação, acima de R$ 5, 00, fatores internos tem impacto. “O real ainda está depreciado e o motivo disso é toda a incerteza relacionada às eleições. Está embutido nesse nível atual muito do ruído político e das incertezas com relação a médio e longo prazo”, afirmou Lueska.