- Haddad disse que governo quer buscar equilíbrio e crescimento econômico
- Falas do ministro geram expectativa por medidas para atingir meta fiscal de resultado primário zero
- No cenário internacional, índice de preços ao produtor (PPI) subiu 0,2% em junho, superando expectativas
O dólar hoje reverteu sua trajetória de alta acumulada durante o dia e fechou o pregão nesta sexta-feira (12) sendo negociado a R$ 5,431. Sua desvalorização em relação ao real foi de 0,22%, quando comparado com o dia anterior. No cenário doméstico, a queda foi influenciada pelas críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a expansão fiscal e pela afirmação de que Lula cortará gastos se necessário. No exterior, o foco dos investidores estava na divulgação de que o índice subjacente de inflação ao produtor nos Estados Unidos não apresentou variação em junho.
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No Brasil, Haddad defendeu nesta sexta que a expansão fiscal neste momento não é positiva para o país, e afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cortará gastos primários para ajustar as contas públicas se necessário. Em sabatina no Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo, o ministro disse que Lula “já anunciou” que, se preciso, promoverá cortes de gastos.
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Segundo ele, o equilíbrio das contas públicas possibilitará a queda dos juros e o crescimento da economia. “Nós estamos desde 2015, ou 2014, produzindo déficit, e pesado”, disse Haddad em sua fala. “A minha pergunta é: melhorou a vida de alguém?”. Ele defendeu a continuação do “trabalho de formiguinha com resultados notáveis” que a equipe econômica tem feito em prol do ajuste fiscal, chamando o objetivo de equilíbrio das contas de “obsessão”.
Também reafirmou sua posição favorável à revisão de cumprimento de critérios para recebimento de benefícios sociais e de cadastros nos programas como um “imperativo de moralidade pública”, lamentando que “virou pecado fazer revisão daquilo que é correto”.
Os comentários de Haddad reforçam o discurso mais moderado adotado pelo governo desde a quarta-feira (3) da semana passada, quando Lula passou a evitar críticas diretas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e ao atual nível da taxa básica de juros Selic, voltando a demonstrar a intenção de promover o ajuste fiscal, ainda que isso passe pelo corte de gastos. Desde então os ativos brasileiros têm reagido positivamente, embora no mercado haja uma expectativa pelo anúncio de medidas concretas para conduzir as contas públicas para a meta de resultado primário zero neste ano.
No dia 22 de julho, o governo apresentará relatório com diagnóstico e possíveis cortes para cumprimento da meta fiscal. Haddad também negou durante a sabatina ter convencido Lula a baixar a tensão com o Banco Central, mas afirmou que conversou com o presidente sobre rumores em relação ao arcabouço fiscal.
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No auge dos ruídos, antes da moderação do tom de Lula, circularam no mercado rumores de que o governo deixaria de lado o cumprimento do arcabouço fiscal, o que foi posteriormente negado pelo governo. “A discussão com o presidente Lula foi que havia começado um rumor no mercado sobre a questão do arcabouço fiscal”, explicou o ministro. “Era só isso que estava sendo discutido.”
Por outro lado, Haddad disse que Lula teve “certa razão” de ficar insatisfeito com as atitudes do BC e afirmou que o presidente não foi o único. Sem entrar em detalhes, porém, Haddad disse que a questão foi superada e elogiou a atual diretoria da autarquia. Em sua última reunião de política monetária, em junho, o BC decidiu interromper o ciclo de cortes de juros e manteve a Selic em 10,50% ao ano, o que na ocasião foi bastante criticado por Lula.
Interferência no dólar: dado de inflação nos EUA fica estável em junho
O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos registrou um aumento de 0,2% em junho, superando as expectativas dos analistas, que previam um aumento de 0,1%. Em maio, o indicador PPI havia mostrado uma queda de 0,2%, e nos últimos 12 meses, acumula uma alta de 2,6%. No entanto, o núcleo do índice, que exclui itens com preços mais voláteis, permaneceu estável no mês, enquanto se esperava um aumento. Por isso, o dólar exibiu uma queda de 0,34% em relação às moedas de outros países.
Desde quarta-feira (10), o mercado financeiro repercute o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, na Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes. Powell declarou que a política monetária americana está em uma posição restritiva, mas não de forma “extremamente” restritiva. Ele indicou que a taxa neutra de juros é agora mais alta do que era anteriormente.
Durante uma audiência na Câmara dos Representantes, Powell mencionou que não espera que as taxas de juros básicas retornem aos níveis baixos observados antes da pandemia. “Dissemos que não devemos esperar que a inflação baixe até 2% porque a inflação tem um certo ímpeto”, disse.
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Ele reconheceu que o combate à inflação americana ainda não está completo e que ainda há um caminho a percorrer para garantir a estabilidade dos preços. No entanto, ele destacou que a autoridade monetária também deve prestar atenção ao mercado de trabalho. “Se esperarmos tanto, provavelmente teremos esperado demais” para cortar as taxas de juros. Nesse cenário, a inflação ficaria muito abaixo do nível alvo, o que também é um resultado indesejável”, completou.
O que afetou o dólar hoje? Entenda em cinco pontos:
- Dólar fecha em baixa:
Fechamento de sexta-feira (12) com o dólar cotado a R$ 5,431, queda de 0,22% em relação ao dia anterior. - Críticas de Haddad à expansão fiscal:
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende corte de gastos pelo governo de Lula para ajuste das contas públicas, visando equilibrar as finanças e promover crescimento econômico. - Impacto no mercado doméstico:
Declarações de Haddad influenciam a queda do dólar no Brasil; mercado aguarda medidas concretas para atingir a meta fiscal de resultado primário zero. - Índice de preços ao produtor nos EUA:
Em junho, o PPI dos EUA registrou aumento de 0,2%, superando expectativas, enquanto o núcleo do índice permaneceu estável, resultando em queda de 0,34% do dólar em relação a outras moedas. - Repercussão do discurso de Powell:
Desde quarta-feira (10), mercado reage ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que destacou a posição restritiva da política monetária americana e a necessidade de equilibrar inflação e mercado de trabalho.
Na última semana, o dólar registrou uma queda de 0,36%. No acumulado do mês, houve um recuo de 2,62%. No entanto, no ano, os números indicam um crescimento de 12,15%. Esses dados refletem a volatilidade e os movimentos recentes nos mercados financeiros.
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