O dólar hoje fechou em baixa de 1,02%, cotado a R$ 5,4120. O movimento ocorre em meio à espera dos investidores por eventos nos Estados Unidos que podem trazer indicações sobre o futuro das taxas de juros no país.
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No cenário doméstico, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, comunicou que a instituição optará por aguardar até a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro para reunir “o máximo de informações possível” e “manter a flexibilidade” na decisão sobre a taxa Selic. Ele enfatizou que todas as alternativas estão sendo consideradas.
Durante um evento em Belo Horizonte, Galípolo destacou que o cenário atual está mais complexo para a política monetária. O mercado está prevendo uma alta das taxas de juros e uma inflação que supera a meta, o que “causa uma preocupação significativa”.
Boletim Focus: projeção de inflação sobe pela 5ª vez seguida
O boletim Focus desta segunda-feira mostrou que os economistas elevaram pela quinta semana consecutiva a previsão de inflação para este ano e também ajustaram a expectativa para a taxa Selic em 2025.
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Galípolo sublinhou que o Banco Central está aguardando mais dados e que, até a próxima decisão sobre a política monetária, irá monitorar indicadores do Brasil, além dos dados econômicos dos EUA e declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que são esperadas para esta semana.
Durante sua apresentação, ele reiterou que vê o balanço de riscos para a inflação futura no país como assimétrico, com mais riscos de alta, e sublinhou que essa visão não constitui uma diretriz para a condução futura da taxa de juros.
Em relação à recente melhora nos indicadores de mercado, Galípolo avaliou que isso pode ser atribuído à percepção de que a economia dos EUA está se encaminhando para um “pouso suave”, o que beneficia os países emergentes, além de uma mudança na percepção sobre a capacidade do Banco Central brasileiro de aumentar os juros se necessário.
Ele destacou que todos os diretores do Banco Central estão preparados para aumentar a Selic “sempre que necessário” para atingir a meta de inflação de 3%. Isso agradou investidores.
Dólar: cenário internacional
Nos próximos dias, o Fed divulgará a ata de sua última reunião, e o presidente da instituição, Jerome Powell, fará um discurso no simpósio anual de Jackson Hole.
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Enquanto os investidores aguardam por essas novas sinalizações, a cotação do dólar enfrentou um dia de desvalorização generalizada ao redor do mundo.
A ata da reunião de julho do Fed, que será divulgada na quarta-feira, e o discurso de Powell, previsto para sexta-feira, são considerados os principais fatores que devem influenciar o comportamento do dólar ao longo desta semana, que também contará com dados de inflação do Canadá e do Japão, além de leituras do PMI nos Estados Unidos, na zona do euro e no Reino Unido.
Até agora, o dólar exibe queda de 3,29% no mês e alta de 12,68% no ano.