O dólar se afastou das máximas do pregão e alternava leves altas e baixas nesta quinta-feira, após dados mais fracos do que o esperado sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, com investidores tentando entender quais serão os próximos passos de política monetária do Federal Reserve em meio a receios persistentes sobre a economia.
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Depois de mais cedo chegar a saltar 0,50%, a 4,8449 reais, às 10:15 (de Brasília) o dólar à vista recuava 0,02%, a 4,8199 reais na venda. A divisa perdeu fôlego em relação aos picos da sessão após a segunda estimativa do PIB do governo norte-americano mostrar que houve contração econômica de 1,5% no primeiro trimestre deste ano.
O resultado foi revisado para baixo em relação ao ritmo de queda de 1,4% relatado em abril e veio pior que a expectativa em pesquisa da Reuters, que era de ajuste para cima na estimativa, a queda de 1,3%.
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Stefany Oliveira, chefe de operações da Toro Investimentos, disse à Reuters que o mercado pode entender os dados desta quinta-feira como sinal de que o banco central dos Estados Unidos não precisará se tornar ainda mais agressivo no combate à inflação, uma vez que a economia norte-americana já está dando sinais de esfriamento.
Com os preços nos EUA subindo ao ritmo mais alto em 40 anos, em meio à forte demanda do consumidor e problemas globais de oferta, o Federal Reserve já elevou os juros básicos do país em 0,75 ponto percentual neste ano –elevação de 0,25 ponto em março e 0,5 ponto em maio.
Parte dos mercados chegou a apostar na adoção de eventual ajuste de até 0,75 ponto nos custos dos empréstimos norte-americanos, o que impulsionou o dólar a picos em duas décadas no exterior em meados deste mês, mas temores sobre o crescimento global minaram essas expectativas desde então e tiraram algum brilho da divisa dos EUA, explicou Oliveira.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes era negociado em torno de 102,1 nesta quinta-feira, bem abaixo do pico recente acima de 105, maior nível desde 2002.
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Na véspera, a ata do último encontro do Fed mostrou que a maioria dos participantes do banco central apoia elevações de 0,5 ponto nos juros em cada uma de suas próximas duas reuniões, cenário que já havia sido indicado pelo chair da instituição, Jerome Powell, e outras autoridades.
“Em nenhum momento a ata mencionou a possibilidade de acelerar o processo de ajuste…, como esperava parte dos analistas”, disse a Genial Investimentos em nota. “Sem grandes surpresas quanto à trajetória da política monetária, os preços dos ativos brasileiros reagiram positivamente.”
Oliveira, da Toro, chamou a atenção para o nível de 4,80 reais como barreira técnica importante da divisa norte-americana. Ela disse que, num cenário de manutenção de uma postura “não tão dura quanto temido” do Fed, se o dólar romper os 4,80 é possível que consiga voltar aos menores patamares deste ano, em torno dos 4,60 reais.
Por outro lado, quaisquer surpresas inflacionárias negativas no exterior ou um cenário eleitoral muito conturbado no Brasil podem impedir que a divisa quebre consistentemente essa resistência técnica, e ela poderia voltar a ser negociada no nível psicologicamente importante de 5 reais, disse Oliveira.
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Com o desempenho desta manhã, o dólar acumula agora queda de 13,5% frente ao real em 2022.
Na B3, às 10:15 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,16%, a 4,8235 reais.
A moeda norte-americana spot fechou a última sessão em alta de 0,17%, a 4,821 reais na venda.