

O Wells Fargo afirma, em relatório enviado a clientes, que acredita que o dólar pode atingir R$ 7,00 até o primeiro trimestre de 2026 em um cenário global de fortalecimento da moeda americana e de perda de confiança na credibilidade fiscal do Brasil.
“À medida que o déficit do Brasil se alarga e o ônus da dívida aumenta, os participantes do mercado provavelmente perderão parte da confiança na credibilidade fiscal do Brasil, resultando em saídas de capital e um real mais fraco”, escreve o economista internacional Brendan McKenna.
McKenna considera que o arcabouço fiscal não será abandonado, mas ainda assim aponta que um afrouxamento de suas regras ou o uso de contabilidade financeira para se esquivar de restrições de gastos provavelmente se materializará.
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“As métricas de finanças públicas pioraram, e enquanto o arcabouço fiscal permanece intacto, os participantes do mercado, incluindo nós, questionam sua viabilidade/sustentabilidade levando em consideração a eleição presidencial de 2026”, afirma.
O economista destaca ainda que o caminho do real será determinado principalmente pela política fiscal, e não pela política monetária.
Política monetária pode apoiar o real no curto prazo
Ainda assim, McKenna pondera que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizou um ajuste agressivo e necessário na reunião de dezembro, “dizendo quase explicitamente que não toleraria mais expectativas de inflação desancoradas” e isso pode apoiar o real no curto prazo.
“Além de um aumento de juros elevado, as autoridades de política monetária sinalizaram que grandes aumentos de juros persistirão bem até 2025. Embora aumentos agressivos nas taxas possam oferecer apoio de curto prazo à moeda, mantemos nossa visão de que o real brasileiro se enfraquecerá e terá um desempenho inferior a longo prazo”, destrincha.