O dólar tinha queda contra o real nesta terça-feira, embora tenha recuperado algum terreno em relação às mínimas do dia, acompanhando a fraqueza de seu par no exterior depois que comentários encorajadores de negociadores russos e ucranianos sobre o conflito no Leste Europeu impulsionaram o sentimento global de risco.
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Às 9:55 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,19%, a 4,7623 reais na venda. Mais cedo, na mínima do dia, chegou a cair 1,17%, a 4,7157 reais.
Na B3, às 9:55 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a 4,7655 reais.
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Ao mesmo tempo, o índice do dólar contra uma cesta de seis rivais fortes caía 0,9%, com investidores vendendo ativos considerados seguros após a Ucrânia propor adotar posição de neutralidade em troca de garantias de segurança da Rússia na mais recente rodada de negociações presenciais com Moscou.
Já a Rússia decidiu reduzir drasticamente sua atividade militar em Kiev e Chernihiv, disse o vice-ministro da Defesa russo nesta terça-feira após as conversas, que aconteceram em Istambul.
A maioria das principais bolsas europeias subia acentuadamente, de 1% a 3%, enquanto os futuros de Wall Street também registravam ganhos expressivos. Nos mercados de câmbio mais amplos, a maioria das moedas de países emergentes tinha forte valorização contra o dólar, com destaque para divisas de nações europeias em desenvolvimento.
“O mercado hoje monitora o cenário externo com um certo otimismo em relação ao conflito; as negociações parecem estar caminhando em direção a um acordo”, disse à Reuters Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.
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Para além do noticiário geopolítico desta terça-feira, ele apontou o alto patamar dos juros domésticos –atualmente em 11,75%– e a disparada dos preços das commodities desde o início da guerra na Ucrânia como fatores de forte pressão negativa sobre o dólar. No acumulado de 2022, a divisa cai 14,7% ante o real, cujo desempenho no período é o melhor do mundo.
A melhora do clima entre Kiev e Moscou, no entanto, tem o potencial de reduzir os preços das commodities. O petróleo, por exemplo, caía mais de 5% nesta terça-feira, a cerca de 106 dólares por barril.
Izac disse que isso poderia causar eventual “normalização” no preço do dólar frente ao real. “Mas quer dizer que vamos voltar para 5,50? Não, porque acabar com o conflito não significaria acabar com as sanções contra a Rússia”, o que manteria pressão altista sobre os preços das commodities.
Entre outros pontos de atenção para esta sessão, Izac destacou a troca na presidência da Petrobras. Ele afirmou que investidores ainda estão digerindo a indicação de Adriano Pires para o cargo, e, dependendo da forma como o mercado entender a substituição, pode haver impactos no câmbio, já que a empresa é bastante procurada por investidores estrangeiros.
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Embora tenha fechado a última sessão em alta de 0,52%, a 4,7714 reais na venda, o dólar vem perdendo terreno de maneira sucessiva desde meados do mês, e chegou a marcar sequência de oito desvalorizações diárias seguidas na sexta-feira passada.