O dólar caiu ante euro, mas avançou ante libra e boa parte das moedas emergentes nesta segunda-feira, após a decepção com o Produto Interno Bruto (PIB) da China no segundo trimestre reforçar incertezas sobre a economia global.
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O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em queda de 0,07%, a 99,842 pontos, pressionado sobretudo pelo euro, que avançava a US$ 1,1242 no fim da tarde em Nova York.
A divisa europeia tem recebido apoio da crescente divergência no rumo da política monetária nos dois lados do Atlântico, à medida que o mercado espera um último aumento de juros do Federal Reserve (Fed) este mês, mas vê um Banco Central Europeu (BCE) mais agressivo até o final do ano.
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Dirigente do BCE, Joachim Nagel confirmou expectativa por uma elevação de 25 pontos-base na taxa básica na semana que vem e projetou que inflação voltará à meta de 2% apenas em 2025.
Para o ING, o DXY poderá recuperar a marca de 100 pontos nos próximos dias, quando serão divulgados indicadores de varejo e indústria nos EUA. Segundo o banco, investidores usarão os dados para avaliar se haverá necessidade de tomar uma postura mais cautelosa antes da decisão do Fed, na semana que vem. “Isso pode fazer o dólar recompor uma parte das perdas recentes”, especula.
Na contramão do euro, a libra caía a US$ 1,3080, enquanto o dólar avançava a 18,0273 rands sul-fricanos. O movimento refletiu principalmente as incertezas sobre a economia da China, cujo Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 6,3% na comparação anual do segundo trimestre, menos que o esperado. Ao mesmo tempo, o Banco do Povo da China (PBoC) deixou inalterado os juros de médio prazo e esfriou a esperança por estímulos econômicos.
O cenário imprimiu uma aversão ao risco nos mercados, sobretudo na primeira etapa da sessão, que foi favorável ao dólar. No entanto, o movimento arrefeceu ao longo do dia, diante da melhora no clima em Wall Street. “Seguimos frustrados com a fraqueza em curso do dólar, que vemos como contrária aos fundamentos”, ressalta o BBH.
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Entre outras divisas, o dólar saltava a 266,8664 pesos argentinos por volta das 17h (de Brasília). No mercado paralelo, o chamado dólar blue corrigiu ganhos após ter alcançado recorde histórico na semana passada, mas ainda assim ficou no elevado nível de 520 pesos argentinos, de acordo com o Ámbito Financiero.
A demora nas negociações da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI) mantém investidores em alerta.