(Reuters) – O dólar passava a subir com força nesta sexta-feira (17) e chegou a superar os 5,31 reais no pico do dia, com os investidores repercutindo o aumento do imposto sobre operações financeiras IOF e seu impacto fiscal à medida que aguardavam as reuniões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil da semana que vem.
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Às 10h38, o dólar avançava 1,07%, a 5,3216 reais na venda, deixando para trás as leves perdas registradas no início do pregão. Na máxima do dia, o dólar foi a 5,3171 reais.
A moeda norte-americana à vista caminhava para encerrar a semana em alta de 0,8%, após fechar a última sexta-feira em 5,2679 reais na venda.
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Em meio a incertezas persistentes sobre a capacidade do governo de manter seus gastos dentro do teto fiscal, o presidente Jair Bolsonaro editou na quinta-feira um decreto com aumento do imposto sobre operações financeiras IOF com o objetivo de custear o aumento no valor do novo programa social do governo que irá substituir o Bolsa Família.
De acordo com o Ministério da Economia, o decreto eleva a alíquota do IOF nas operações de crédito efetuadas por pessoas jurídicas da atual alíquota anual de 1,50% para 2,04%, e para pessoas físicas dos atuais 3,0% anuais para 4,08%.
“A medida, que pegou o mercado de surpresa, está sendo digerida por investidores e, antes de mais nada, coloca em evidência as dificuldades do governo em aprovar fontes de financiamento permanentes para o seu novo programa social, o Auxílio Brasil”, escreveu Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.
Por outro lado, alguns investidores chamavam a atenção para o fato de que o aumento de arrecadação com a alta do IOF está estimado em 2,14 bilhões de reais: “um valor muito baixo”, disse à Reuters Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank, embora tenha ressaltado que “aumentos de imposto nunca são (bem-recebidos) pelos mercados”.
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À medida que digeriam a novidade tributária, os investidores ficavam atentos também aos encontros de política monetária da semana que vem, cujos desdobramentos podem ajudar a direcionar o valor do dólar contra o real.
Nos Estados Unidos, “o mercado tem se mostrado bastante sensível a dados de curto prazo” à medida que se questionam sobre quando o Fed vai anunciar corte em suas expressivas compras de títulos, explicou Weigt.
Na quinta-feira, dados melhores do que o esperado sobre o varejo norte-americano elevaram apostas de que o banco central dos EUA poderia antecipar medidas de reversão de estímulo, mas dados do início do mês — mostrando fraca criação de empregos em agosto — impedem qualquer certeza.
O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia 0,08% nesta manhã, a 92,951.
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No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto minou na terça-feira apostas em elevação de 125 ou 150 pontos-base na taxa Selic ao dizer que o BC não vai alterar sua conduta de política monetária a cada número de alta frequência que sair.
Os mercados precificam agora alta de 1 ponto percentual na reunião dos dias 21 e 22 de setembro.
Apesar da sinalização de Campos Neto sobre o ritmo de aperto monetário, Weigt ressaltou que “é sempre um trade-off: se o BC for mais devagar (na elevação da Selic), provavelmente acabará o ciclo numa taxa mais alta, e vice-versa”. O fato, disse ele, é que os juros básicos continuarão a subir, deixando o Brasil com uma das taxas de carrego mais atrativas do mundo em meio a custos baixos dos empréstimos na maior parte das economias avançadas.
O dólar negociado no mercado interbancário fechou o último pregão em alta de 0,54%, a 5,2654 reais.
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