O CPI dos EUA, indicador crucial antes da próxima decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), subiu 0,3% em setembro ante agosto, com alta de 3% no mês na comparação anual (leia mais abaixo).
Investidores ainda aguardam dados do Índices de Gerentes de Compras (PMIs) dos EUA. O mercado americano seguem avaliando balanços de grandes empresas. Ontem, o da Intel agradou. Hoje, repercute o da Procter & Gamble.
O dólar hoje opera em leve queda ante outras moedas de economias desenvolvidas. Porém, a moeda dos EUA se fortalece ante o dólar canadense, após o presidente Donald Trump anunciar o fim de “todas as negociações comerciais” com o Canadá. Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) operam perto da estabilidade, depois de avançarem ontem.
Dow Jones: assuntos para você acompanhar nesta sexta-feira (24)
CPI americano acelera em setembro ante agosto
O CPI dos Estados Unidos subiu 0,3% em setembro ante agosto, segundo dados com ajustes sazonais publicados hoje pelo Departamento do Trabalho. Na comparação anual, o CPI subiu 3% em setembro.
Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam para setembro altas de 0,4% e 3,1%, respectivamente. Em agosto, o índice cheio do CPI teve alta de 0,4% na comparação mensal e acréscimo de 2,9% no confronto anual.
Após a divulgação do indicador, a probabilidade de corte da taxa de juros dos EUA para o intervalo entre 375 e 400 pontos ficou em 98,9%, segundo a plataforma CME. A próxima reunião do Fed acontece em 29 de outubro.
Trump anuncia fim das negociações comerciais com Canadá
O presidente Donald Trump anunciou na noite da quinta-feira (23) o fim de “todas as negociações comerciais” com o Canadá, por causa de um anúncio de televisão produzido pelo governo canadense que teria distorcido fatos sobre as tarifas de importação.
Em publicação na Truth Social, Trump acusou o Canadá de usar “fraudulentamente” um discurso do ex-presidente americano Ronald Reagan para criticar as tarifas. “Tarifas são muito importantes para a segurança nacional e a economia dos EUA”, escreveu o republicano.
A reação ocorreu um dia após o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmar que pretende dobrar as exportações canadenses para outros países em um década para reduzir a dependência dos Estados Unidos, diante do esfriamento da relação comercial entre os vizinhos.
Apesar da disputa, cerca de 85% do comércio bilateral segue livre de tarifas, dentro do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA).
China anuncia plano para enfrentar tarifaço americano
A China delineou nesta sexta-feira as diretrizes de seu novo plano quinquenal, priorizando a autossuficiência tecnológica e o fortalecimento do consumo interno, em meio ao desaquecimento econômico e às tensões comerciais com os Estados Unidos.
O plano, divulgado após quatro dias de reuniões do Partido Comunista em Pequim, prevê impulsionar setores de ponta como inteligência artificial, biotecnologia e veículos elétricos, além de estimular a demanda doméstica diante da crise no setor imobiliário e do enfraquecimento do consumo.
A meta é manter o crescimento médio entre 4% e 5% ao ano até 2035, quando a China pretende se tornar um país de “nível médio de desenvolvimento”.
Autoridades chinesas reforçaram que o país seguirá como principal centro manufatureiro mundial e que o fortalecimento da produção doméstica é estratégico para sua segurança e influência geopolítica.
Procter & Gamble supera previsões de lucro e receita no 3º tri
A Procter & Gamble (P&G) teve lucro líquido de US$ 4,78 bilhões no primeiro trimestre fiscal de 2026 (encerrado em setembro), 20% maior do que o ganho de US$ 3,99 bilhões apurado no mesmo período no ano passado, segundo balanço publicado nesta sexta-feira.
Com ajustes, a multinacional americana de bens de consumo registrou lucro por ação de US$ 1,99, superando a previsão de analistas consultados pela FactSet, de US$ 1,90.
As vendas líquidas subiram 3% na mesma comparação, a US$ 22,39 bilhões, número que ficou levemente acima do consenso da FactSet, de US$ 22,18 bilhões. Para o ano fiscal de 2026, a P&G confirmou previsão de estabilidade a aumento de até 4% para as vendas orgânicas e lucro líquido ajustado por ação de US$ 6,83 a US$ 7,09.
Veja a operação em Nova York hoje
Às 9h34 (de Brasília), os futuros do Dow Jones avançavam 0,50%, os do S&P 500 tinham alta de 0,65% e os do Nasdaq ganhavam 0,91%. Já o índice DXY do dólar – que acompanha as flutuações da moeda americana em relação a outras seis divisas relevantes – tinha queda de 0,07%, a 99,04 pontos. Enquanto isso, a ação da P&G subia 2,86% no pré-mercado de Nova York.
*Com informações de Pedro Lima, Patricia Lara e Sergio Caldas, do Broadcast