O Piloto Drex, o modelo de moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês) brasileira, descortina uma janela para o setor de criptoativos e tokenização nos próximos dois a cinco anos, avalia Nicole Dyskant, advogada especialista em regulação do setor e consultora da Fireblocks.
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“Temos todo o reconhecimento dessa tecnologia pela iniciativa privada e agora o movimento do Drex dá o impulso para a economia tokenizada. Mesmo que lá na frente não vingue e que não seja o padrão para uso de todos os serviços financeiros, nós teremos dois a cinco anos de combustível para esta indústria”, disse Diskant durante o Fintouch, evento promovido pela Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).
As instituições financeiras tradicionais não querem perder seus postos na estrutura do mercado de capitais, aponta a advogada. Portanto, diz a especialista, estão investindo para testar possíveis soluções com a tecnologia nascente.
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A partir das sinalizações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre tokens que representam ativos de renda fixa, Nicole vê um florescimento para toda a parte de infraestrutura da economia tokenizada. “Vamos precisar da infraestrutura ‘pós-negociação’. Os ‘players’ estão se preocupando em como ofertar estes ativos, a custódia, o credenciamento dos participantes. O momento é de entender como os intermediários vão ressignificar suas funções”.
Raphael Mielle Trintinalia, gerente-executivo de inovação na Núclea (antiga CIP), comenta que os reguladores não criaram os intermediários à toa: “Foi para resolver problemas”. “Com novas tecnologias, estes agentes vão evoluir para conseguir mais eficiência”, afirmou.
Ele enxerga que no futuro próximo o maior avanço que a tokenização vai trazer para o mercado financeiro é a possibilidade de segmentação. “Acredito muito no poder da blockchain para dar acesso a ativos que o grande público não chega. Você pode, com a tecnologia, dividir em partes menores e distribuir em um mercado secundário.”
Este é um palpite de Mielle para os próximos cinco anos. Ele cita iniciativas que já estão nesta direção, como a tokenização de precatórios e de recebíveis de cartões.