A implementação do Real Digital, prevista para 2024, deve trazer mais transparência e segurança nas transações, sem sobrecarregar a população. Durante o painel Real Digital e suas Influências, realizado no Expert XP, em São Paulo, o vice-presidência de Produtos e Inovação da Visa do Brasil, Fernando Amaral, e o CEO da B3 Digitas, Jochen Mielke, traduziram o chamado Drex como um trilho de novas possibilidades para a economia brasileira.
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O Real Digital está sendo desenvolvido para se tornar um CBDC (do inglês Central Bank Digital Currencies ou moedas digitais de banco central, na tradução para o português). Dessa forma, não pode ser considerado um criptoativo, como são o bitcoin e o etherium. A moeda, que recebeu o nome de Drex , será produzida e regulada pelo Banco Central (BC) seguindo as regras do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e a política monetária brasileira.
“É uma moeda nacional representada em formato digital. Isso é um baita de um viabilizador. Você entrega para o mercado, para diferentes participações financeiras, formas de construir soluções em cima disso”, destacou Mielke na tarde desta sexta-feira (1º).
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Para Fernando Amaral, o diferencial do Real Digital está na possibilidade de haver uma paridade em relação a outras criptomoedas. “Obviamente, a gente conhece outras criptomoedas com muito mais volatilidade. No Drex, a premissa básica é justamente essa paridade. O segundo ponto está relacionado à estabilidade, que promove uma adoção maior da ferramenta aqui no Brasil. Eu acredito que essa previsibilidade e essa paridade no real pode trazer ganho de eficiência. Eu vejo esses elementos com muita clareza”, descreveu Amaral.
De acordo com Mielke, o Brasil está muito na frente no que diz respeito à criação de sua própria moeda digital, assunto que, segundo ele, também vem sendo falado em outros 90 países. “Acho que o nível de discussão é muito salutar por causa de operações de câmbio. A forma como está sendo feito aqui no Brasil está bem estruturada. O Banco Central deixa isso bem claro: o Real Digital está sendo desenhado para ser um trilho. Não é um fim por si só, é um meio. O fato de ter uma moeda corrente numa representação digital já tira uma preocupação em termos de volatilidade”, afirmou.
“O que a gente percebe é essa característica de interoperabilizar”, disse, remetendo ao termo “interoperabilidade”, que segundo o governo brasileiro ocorre quando componentes diferentes de um mesmo sistema podem atuar em conjunto. “Tem uma sofisticação, uma complexidade, mas a gente está passando de um ponto: destrava muito valor de comércio global e movimentação financeira”, acrescentou.