Dois anos após a privatização da Eletrobras (ELET3), a XP Investimentos destaca que, apesar de muito ter sido feito em relação ao corte de custos e à reestruturação corporativa, ainda vê uma desvantagem em relação aos pares no que se refere à gestão de passivos.
A companhia implementou algumas das ações prometidas na privatização, como a redução de sua força de trabalho em 25% e os custos e despesas com Pessoal, Material e serviços de terceiros (PMS) mostrarem uma tendência de queda. Contudo, “quando olhamos para as métricas dos pares privados, ainda vemos muito espaço para fechar a lacuna”, explicam os analistas Vladimir Pinto e Maíra Maldonado, em relatório enviado a clientes.
A casa avalia que a empresa pode se tornar mais previsível, pois fez vários acordos com os titulares desse direito para antecipar recursos com desconto e também reduzir o risco de provisões adicionais.
No curto prazo, os analistas apontam para um cenário mais favorável nos mercados de energia devido a uma das estações chuvosas mais fracas da série histórica em 2024. No longo prazo, no entanto, o cenário base para os preços da energia considera uma recuperação lenta, pois a situação de excesso de oferta deve ser resolvida gradualmente com maior crescimento da demanda.
Outro gatilho para a estatal, segundo a XP, é a possibilidade de um acordo com o governo, dada a redução do risco percebido pelos investidores.
A corretora manteve a recomendação de compra para Eletrobras (ELET3), com um preço-alvo de R$ 57, o que representa um potencial de valorização de 49% para a ação ordinária.