Embraer (EMBR3), a produtora de jatos brasileira (Foto: divulgação/ Embraer)
A companhia americana Avelo Airlines fez um pedido firme de 50 jatos E195-E2 da Embraer (EMBR3), com direitos de compra para mais 50. O valor de tabela do pedido é de US$ 4,4 bilhões, excluindo os direitos de compra. As entregas vão ocorrer entre 2027 e 2032. O anúncio foi realizado durante evento em Washington nesta quarta-feira (10).
“É o primeiro E2 encomendado por uma operadora americana. Por isso, marca um grande momento para a Embraer”, disse o presidente da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer, em coletiva de imprensa.
Segundo o executivo, o jato E2 oferece um custo de viagem 30% menor do que o Boeing 737, que faz parte da frota da Avelo atualmente. “Essa é a aeronave mais econômica, eficiente e confiável do mercado”, afirmou. Os diferenciais do modelo incluem também o baixo nível de ruído e a capacidade de operar em pistas curtas.
O fundador e CEO da Avelo Airlines, Andrew Levy, disse que o E2 vai ajudar a companhia a explorar mais oportunidades no mercado até 2032 e escalar a operação em bases já existentes. “A encomenda nos permitirá trazer este avião para o mercado dos EUA. É um pedido histórico para a Avelo”, complementou.
O presidente da Embraer Aviação Comercial disse estar “muito otimista em ter um novo membro da crescente família Embraer”. “Esperamos que, com nosso valor, possamos trazer ainda mais aeronaves desse modelo para o mercado dos EUA a longo prazo”, projetou.
Disputa tarifária da Embraer nos EUA
O anúncio da primeira compra de modelos E2 por uma empresa norte-americana ocorre em meio aos esforços da Embraer para zerar as tarifas de importação impostas pelo governo Trump à aviação brasileira. Apesar do segmento ter sido poupado das sobretaxas, ele ainda está submetido a uma tarifa de 10%.
A forte presença dos aviões da brasileira no mercado regional dos EUA, sem substitutos em vista, é um dos principais argumentos utilizados pela Embraer na defesa pela tarifa zero. A empresa destaca também que produz no país e tem componentes norte-americanos em suas aeronaves.
Os EUA são o principal mercado para a Embraer. As exportações para clientes norte-americanos representam 45% em jatos comerciais e 70% em jatos executivos. A companhia emprega atualmente quase 3 mil profissionais norte-americanos e possui mais de US$ 3 bilhões em ativos no país.
De olho em fortalecer a relação com os EUA, a Embraer (EMBR3) projeta investir US$ 1 bilhão no país. Desse montante, US$ 500 milhões virão nos próximos cinco anos para expandir as instalações em Melbourne, na Flórida, e construir um novo MRO (centro de manutenção e operações) em Dallas, no Texas. Além disso, a Embraer pretende investir mais US$ 500 milhões em uma nova linha de montagem nos EUA e criar 2,5 mil empregos caso o governo selecione o KC-390.