O euro avançou nesta quarta-feira (7), pressionando o dólar. Em dia de agenda de indicadores modesta, investidores monitoraram declarações de dirigentes dos principais bancos centrais. Na Argentina, o peso esteve sob pressão, após o Congresso rejeitar o pacote de medidas do governo Javier Milei conhecido como “Lei Ônibus”.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 148,19 ienes, o euro avançava a US$ 1,0774 e a libra tinha alta a US$ 1,2625. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,15%, a 104,057 pontos.
Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel afirmou hoje que continua preocupada com a última etapa no processo de desinflação da zona do euro. Ela defendeu paciência e cautela, diante da possibilidade de que os preços voltem a ganhar fôlego. O Rabobank comenta, em relatório a clientes, que o BCE olha com atenção o quadro na inflação de salários, que se mostra arraigada, o que poderia fazer o conselho do banco central deixar um corte de juros apenas para setembro.
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Entre os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Tom Barkin, presidente da distrital de Richmond, destacou o quadro forte na economia, expresso nos indicadores, e disse que isso permite ao comando do BC ter paciência antes de começar a cortar os juros, a fim de garantir que a inflação caminhe de fato para a meta. Barkin vê riscos na inflação, tanto de alta quanto de baixa, e argumentou que é possível esperar mais para ter certeza. Já na avaliação de Susan Collins (Boston), os riscos à atividade econômica nos EUA estão se equilibrando, com isso a possibilidade de a inflação persistir acima de 2% “diminuiu consideravelmente”. Collins disse que ainda precisa de mais evidências para mudar sua posição sobre a política monetária, mas considerou que no momento o nível é consistente com a redução da inflação à meta de 2%, se mantido por tempo suficiente.
Ao analisar o quadro para a moeda dos EUA, a Capital Economics afirma que, embora não seja seu cenário-base, a força prolongada da economia americana poderia puxar o dólar para cima nos próximos meses. Ainda assim, a consultoria acredita que o dólar enfraquecerá mais adiante, conforme os retornos dos bônus nos EUA caem mais em relação aos de outros países, com cortes nos juros pelo Fed e a inflação em queda.
A libra, por sua vez, mostrou alta contida no dia de hoje. A Convera avalia que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) não deve cortar tanto os juros neste ano, em comparação ao Fed e ao BCE, o que tende a apoiar a moeda britânica. Por outro lado, a Convera aponta que houve surpresas negativas recentes nos dados do Reino Unido, o que poderia explicar a fraqueza recente da moeda local.
Na Argentina, o dólar avançava a 830,3092 pesos, no horário citado. No mercado paralelo, o chamado dólar blue subia a 1.170 pesos, segundo o jornal Ámbito Financiero, com ativos locais sob pressão após a derrota governista ontem no Congresso. A Câmara dos Deputados, de maioria oposicionista, mandou a Lei Ônibus de Milei de volta à etapa de comissões, a estaca zero no processo legislativo local. O presidente reagiu furioso, qualificando deputados como “delinquentes” e exacerbando a polarização. O governo diz que poderia recorrer a plebiscito ou a decretos para tentar contornar as dificuldades, mas o impasse reafirmou a incerteza já grande sobre a trajetória política e econômica do país.
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