As expectativas do mercado para o Bradesco (BBDC4) recaem sobre o novo plano estratégico, que pode ser anunciado em fevereiro, afirma o Safra. Após conferência com membros da equipe de Relações com Investidores do banco, a casa diz que a instituição deve entrar em 2024 em um caminho de maior rentabilidade, com resultados mais evidentes em 2025.
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O analista Daniel Vaz afirma que o novo presidente do banco, Marcelo Noronha, terá o desafio de aumentar a eficiência da operação de varejo do Bradesco e, ao mesmo tempo, reforçar a fidelidade dos clientes de alta renda. Em reunião com o diretor de RI e Controladoria, Carlos Firetti, e com o analista de RI Henrique Spavieri, foi confirmado que estes estarão entre os pontos que o plano deve abranger.
“Espera-se que o novo plano seja anunciado por Noronha junto com os resultados do quarto trimestre, e investidores estão curiosos sobre como o banco planeja repaginar operações tradicionais e (em muitos casos) ineficientes em custo rumo a modelos mais apropriados, como o do Bradesco Expresso”, escreve Vaz em relatório enviado a clientes.
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Nas tendências para o crédito, segundo ele, Firetti afirmou que não há necessidade de recompor provisões complementares contra a inadimplência após o processo de redução dos riscos da carteira feito pelo Bradesco ao longo do último ano.
“Claramente, há pressão na margem de clientes devido aos menores spreads [diferença entre custo de captação e juros cobrados em empréstimos], mas o efeito líquido deve ser positivo”, diz o Safra. O Bradesco estima que a cada 1 ponto porcentual de redução na Selic, a tesouraria captura um benefício de R$ 1,3 bilhão.
Desta forma, com a queda esperada para os juros, hoje em 11,75% ao ano, a tesouraria do Bradesco pode ter um ganho entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões e que pode aumentar em 2025, dada a normalização esperada para a curva futura de juros.
O relato de Vaz é de que a Bradesco Seguros, responsável por boa parte do lucro do conglomerado, deve crescer em bons patamares em 2024, graças aos produtos de seguro prestamista (que garante operações de crédito) e aos segmentos de saúde. O resultado financeiro, por outro lado, deve ser mais fraco, com a queda da Selic e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), além de um IGP-M mais alto.
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“No geral, o banco deve entrar em um caminho de maior rentabilidade, sem nenhum gatilho de curto prazo para uma recuperação mais pronunciada nos próximos seis meses, e esperando indicadores melhores para a qualidade dos ativos em 2025″, afirma o Safra.