

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta terça-feira (18), enquanto os investidores aguardavam sinais do Federal Reserve sobre os próximos passos em relação aos cortes de juros. As ações relacionadas ao ouro acompanharam o avanço do metal precioso a novo recorde, enquanto as ações da Nvidia, Tesla e Alphabet, algumas das “Sete Magníficas”, melhoraram das mínimas do dia, embora ainda tenham registrado perdas.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,62%, aos 41.581,31 pontos. O S&P 500 teve um recuo de 1,07%, terminando aos 5.614,66 pontos. Já o Nasdaq caiu 1,71%, aos 17.504,12 pontos. Os dados são preliminares.
A decisão sobre as taxas de juros está prevista para quarta-feira (19). As chances de um corte em março são praticamente nulas, com traders de futuros prevendo um alívio mais provável para junho, segundo o CME FedWatch.
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As ações da Nvidia caíram 3,61% enquanto a empresa realizava sua conferência de inteligência artificial GTC, com o CEO Jensen Huang. Já as ações da Tesla perderam 5,34%, a US$ 225,31. O RBC Capital Markets reduziu sua meta de preço de US$ 440 para US$ 320, mas manteve a recomendação de compra.
A Alphabet caiu mais de 2% após retomar as negociações para adquirir a empresa de cibersegurança privada Wiz por US$ 32 bilhões, um preço significativamente mais alto do que os US$ 23 milhões negociados no ano passado.
Relacionadas ao mercado de ouro, quatro ações estavam entre os 10 maiores ganhadores do IBD MarketSurge Growth 250, impulsionadas pelos preços do metal, que atingiram um novo recorde nesta terça-feira. A DRDGold subiu 5,09%. A AngloGold Ashanti subiu 3,7%, a Gold Field teve um ganho superior a 3,2% e a Triple Flag Precious Metals avançou 1,16%.
No cenário internacional, os investidores acompanham com preocupação os impactos geopolíticos e econômicos do ataque das Forças de Defesa de Israel contra a Faixa de Gaza, além de digerirem o acordo entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre um cessar-fogo na Ucrânia.
Moedas globais: dólar opera em queda
O dólar operou em queda frente às principais moedas fortes nesta terça-feira (18), sem que dados acima do esperado da economia dos EUA servissem para atenuar a crescente preocupação sobre o crescimento econômico diante do impacto de tarifas. O quadro geopolítico também ficou no radar. O mercado se preparava ainda para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira. O iene, por sua, vez operava sem força antes da reunião do Banco do Japão nesta madrugada.
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O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,12%, a 103,244 pontos, com a moeda americana subindo para 149,25 ienes. O euro avançou para US$ 1,0946, enquanto a libra esterlina subiu para US$ 1,3006.
No front geopolítico, o presidente dos EUA, Donald Trump, e presidente russo, Vladimir Putin, concordaram que o movimento para a paz entre a Rússia e Ucrânia começará com um cessar-fogo de energia e infraestrutura.
Em relação ao Fed, Deborah Cunningham, da Federated Hermes, acredita que as taxas de juros devem seguir estáveis nesta reunião e o BC fará um ou dois cortes até o final do ano. O próximo corte deve ocorrer em maio, seguido de um segundo, se necessário, no final do ano. ‘Isso reflete uma inflação persistente e um consumidor resiliente’, afirma a diretora de investimentos para mercados de liquidez global.
Na contramão do dólar, o euro recebeu apoio da aprovação para mais gastos na Alemanha pela Câmara Baixa. A alta inesperada no índice de expectativas econômicas da Alemanha também ajudava a moeda. De acordo com o Swissquote Bank, a expectativa de gastos elevados em defesa na Europa melhora a perspectiva de crescimento do continente, o que deve fortalecer a moeda.
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A libra esterlina estendeu os ganhos frente ao dólar americano e, para George Vessey, estrategista da Convera, a capacidade da moeda permanecer com seus ganhos dependerá da economia americana. “As preocupações com o crescimento dos EUA mudaram as expectativas de corte nas taxas de juros do Reino Unido e dos EUA a favor da libra”, escreveu.
O iene rondava a estabilidade ante o dólar em meio à visão de que o BoJ deve manter a taxa básica de juros inalterada.
Juros dos EUA recuam
Os rendimentos dos Treasuries recuam enquanto os investidores aguardam a reunião do Federal Reserve de quarta-feira (19). Os mercados apostam amplamente que o Fed seguirá em sua pausa, reforçando a ideia de que o banco central não tem pressa de cortar as taxas de juros.
Neste fim de tarde, o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,041%, o rendimento de 10 anos caía a 4,286% e a taxa da T-bond de 30 anos cedia a 4,586%.
Durante a manhã, os juros dos Treasuries foram impulsionados pela leitura bem acima do esperado no número de construção de moradias iniciadas nos Estados Unidos e com a alta mais forte do que a projeção para a produção industrial. No entanto, os rendimentos perderam força e aceleraram a queda após o leilão de US$ 13 bilhões em T-bonds de 20 anos, realizado pelo Departamento do Tesouro dos EUA, que teve uma demanda acima da média.
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Após os dados do setor de moradia, o Jefferies reforçou a projeção de três cortes nas taxas de juros pelo Fed em 2025. Contudo, às vésperas da decisão de março, a ferramenta de monitoramento do CME Group indicava chances majoritárias (32,1%) de apenas duas reduções nas taxas neste ano.
Na avaliação de analistas consultados pelo Broadcast, para a reunião deste mês, a autoridade monetária deve aguardar mais dados antes de tomar decisões sobre a política monetária, especialmente em relação ao impacto do novo governo dos EUA e ao cenário de inflação e crescimento do país.
Analistas da TD Securities avaliam que o FOMC deve manter sua postura de política inalterada por uma segunda reunião consecutiva nesta semana, com o presidente Powell provavelmente reforçando sua mensagem de paciência em relação às futuras decisões de política monetária. “Os títulos do Tesouro podem ver uma leve venda caso o Fed mantenha sua previsão de dois cortes. Os impactos das políticas do governo Trump continuam sendo um fator chave para a perspectiva, e Powell tentará se manter o mais neutro possível, dada a incerteza comercial iminente.”
Bitcoin opera em queda
O bitcoin recua ligeiramente no fim da tarde desta terça-feira (18) enquanto os investidores demonstram cautela antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O Fed iniciou sua reunião de dois dias nesta terça-feira e deve anunciar sua decisão sobre as taxas de juros na quarta-feira. Os traders de criptomoedas estão em um “humor cauteloso”, afirmam analistas do Saxo Bank em nota.
Por volta das 15h55 (horário de Brasília), o bitcoin apresentava queda de 3,04%, cotado a US$ 81.477,06, enquanto o ethereum caía 2,88%, sendo negociado a US$ 1.881,29, segundo a Binance.
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De acordo com os analistas, o mercado espera amplamente que o Fed mantenha as taxas inalteradas, mas estará atento a quaisquer pistas sobre se o banco central responderá a preocupações recentes sobre o crescimento dos EUA com cortes adicionais nas taxas no futuro.
Para Deborah Cunningham, da Federated Hermes, o Federal Reserve fará um ou dois cortes até o final do ano. O próximo corte deve ocorrer em maio, seguido de um segundo, se necessário, no final do ano. “Isso reflete uma inflação persistente e um consumidor resiliente”, afirma a diretora de investimentos para mercados de liquidez global. A expectativa de corte de juros em maio deve favorecer uma migração dos recursos dos investidores da renda fixa para a renda variável, em ativos de risco, como ações e criptomoedas.
A visão de Cunningham contrasta com a dos analistas do Wells Fargo, que preveem três reduções de 0,25 ponto porcentual no segundo semestre.
Os investidores também digerem o acordo entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre cessar-fogo na Ucrânia. O movimento para a paz começará com um cessar-fogo de energia e infraestrutura, além de negociações técnicas sobre a implementação de um cessar-fogo marítimo no Mar Negro e a busca por paz permanente. As negociações começarão imediatamente no Oriente Médio, segundo a Casa Branca.
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No mercado de criptomoedas, a MicroStrategy criou um novo instrumento para financiar ainda mais aquisições da maior criptomoeda. A empresa, que recentemente mudou seu nome para Strategy, planeja vender US$ 500 milhões em títulos de alto rendimento conhecidos como strife. Esses títulos pagarão dividendos em dinheiro trimestrais, totalizando 10% ao ano. A MicroStrategy já comprou quase meio milhão de bitcoins, agora avaliados em cerca de US$ 41 bilhões, financiados por meio de vendas de dívida e ações.
*Com informações da Dow Jones Newswires