

As bolsas de Nova York fecharam em alta, impulsionadas pela decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros inalterada e sinalizar dois cortes ao longo do ano, favorecendo ativos de risco. Os índices, contudo, encerraram abaixo das máximas da sessão, quando o Nasdaq chegou a subir mais de 2% logo após a coletiva do presidente do BC americano, Jerome Powell.
O Dow Jones avançou 0,92%, aos 41.964,63 pontos. O S&P 500 subiu 1,08%, para 5.675,29 pontos, enquanto o Nasdaq teve alta de 1,41%, encerrando 17.750,79 pontos. Os dados são preliminares.
O Fed manteve os juros entre 4,25% e 4,5%, marcando a segunda reunião consecutiva de estabilidade. A decisão já era amplamente esperada pelo mercado, mas um ponto inesperado foi o anúncio de redução no teto mensal de resgate de títulos do Tesouro.
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“Os mercados ampliaram os ganhos depois que o Fed confirmou as expectativas ao manter os juros estáveis, mas surpreendeu ao reduzir o ritmo de venda de títulos”, afirmou o especialista Paulo Trevisani. O banco central americano anunciou que, a partir do próximo mês, reduzirá o limite de resgates de títulos do Tesouro em sua carteira de US$ 25 bilhões para US$ 5 bilhões. Além disso, revisou para cima sua projeção de inflação e reduziu sua estimativa de crescimento econômico.
No mercado acionário, as ações da Boeing subiram 6,93% após o diretor financeiro da companhia afirmar que a queima de seu caixa deve diminuir. Já os papéis da Signet Jewelers avançaram mais de 17% depois que a diretora financeira Joan Hilson apresentou aos analistas um plano estratégico que prevê o fechamento, realocação e renovação de centenas de lojas.
A Alphabet recuperou as perdas da véspera e avançou 2%, com investidores ainda avaliando a maior aquisição da história da empresa. A compra da Wiz pelo Google pode acelerar a consolidação do setor de cibersegurança, impulsionando a aquisição de soluções pontuais por grandes players e aprofundando a adoção de abordagens baseadas em plataformas, segundo Shyam Patil, analista da Susquehanna.
Juro dos EUA caem
Os rendimentos dos Treasuries caíram, após inverterem o sinal nesta quarta-feira (19), assimilando comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Após decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), Powell afirmou que não é certo apertar a política monetária americana se a inflação for embora por si mesma. Para ele, as tarifas são fator determinante na piora das expectativas para a inflação, mas vê esse momento como “transitório” e considera as de longo prazo “bem ancoradas”.
No fim de tarde desta quarta-feira, o juro da T-note de 2 anos caía a 3,977%, o rendimento de 10 anos recuava a 4,247% e a taxa da T-bond de 30 anos cedia a 4,556%.
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Em comentários à imprensa, Powell reforçou o compromisso do Fed com o “duplo mandato”, de máximo emprego e preços estáveis, mas admitiu que pode haver situações em que as metas do banco central americano fiquem ameaçadas. “Será desafiador se as metas do Fed precisarem ser revistas, mas não é o caso”, afirmou. Segundo ele, as taxas americanas estão em um “bom lugar”. Powell repetiu que não é preciso ter pressa para ajustar a política monetária nos Estados Unidos.
Uma das novidades hoje veio da decisão do Fed de confirmar a redução do teto mensal de resgate de títulos do Tesouro de US$ 25 bilhões a US$ 5 bilhões em abril.
Analistas do BMO Capital Markets destacam que o ritmo de US$ 5 bilhões é suficientemente pequeno e não deve ter um impacto significativo no desempenho da economia real.
Moedas globais: dólar opera em alta
O dólar operou em direção distinta frente às principais moedas fortes após o mercado assimilar a decisão de manutenção da taxa de juros pelo Federal Reserve. Segundo especialistas, as estimativas para dois cortes de taxa de juros este ano permanecem inalteradas, alinhadas com a precificação do mercado. Um ponto inesperados veio do anúncio de redução do teto mensal de resgate de títulos do Tesouro.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,18%, a 103,428 pontos, com a moeda americana caindo para 148,91 ienes. O euro recuou para US$ 1,0899, enquanto a libra esterlina caiu para US$ 1,2994.
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O Fed manteve os juros entre 4,25% e 4,5%, marcando a segunda reunião consecutiva de manutenção das taxas. A decisão já era esperada pelos analistas do mercado, em meio às incertezas geradas pela política econômica de Donald Trump, especialmente a taxação de importações.
Em entrevista coletiva, o presidente do banco central, Jerome Powell, afirmou que as tarifas são o principal fator na piora das expectativas para a inflação nos EUA. No entanto, ele ressaltou que o cenário base é de que esse momento seja “transitório” e que as expectativas de longo prazo estão “bem ancoradas”.
Além disso, o Banco do Japão (BoJ) manteve a taxa de juros inalterada em 0,50%, e na noite de hoje, a China também terá reunião de política monetária.
Michael Brown, estrategista da Pepperstone, comentou que a recente alta da libra frente ao dólar pode fazer uma pausa, especialmente após dados fracos de crescimento econômico. “Um dólar mais fraco permitiu que a libra subisse acima de US$ 1,30 pela primeira vez desde novembro na terça-feira. No entanto, os ganhos recentes podem sofrer uma pausa, especialmente após dados divulgados na sexta-feira mostrarem uma contração inesperada na economia britânica em janeiro.”
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Na Turquia, a lira turca chegou a atingir as mínimas históricas frente ao dólar hoje após a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, grande rival do presidente Recep Tayyip Erdogan, por suspeita de liderar uma organização criminosa. O dólar subia a 37,9651 liras turcas. Na máxima, o dólar superou 41 liras turcas.
Bitcoin avança
O bitcoin avançou na tarde desta quarta-feira (19), após a decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros, impulsionando as bolsas de Nova York e favorecendo ativos de risco.
Por volta das 15h55 (horário de Brasília), o bitcoin apresentava alta de 4,12%, cotado a US$ 85.392,99, enquanto o ethereum subia 7,2%, sendo negociado a US$ 2.030,02, segundo a Binance.
A decisão do Fed já era esperada pelos analistas, em meio às incertezas geradas pela política econômica de Donald Trump, especialmente no que se refere à taxação de importações. O mercado prevê uma nova manutenção do atual patamar no próximo encontro do Fed, em maio, com expectativa de corte apenas em junho, conforme dados do FedWatch, da CME.
“Sem surpresas na decisão de hoje. O PIB foi ligeiramente rebaixado em toda a projeção, a taxa de desemprego foi projetada mais alta este ano, e o PCE geral um pouco mais alto em 2026. Mais importante ainda, o comitê está claramente focado nos riscos negativos para o PIB e nos riscos positivos para a inflação e o desemprego”, escreveram os analistas do CIBC Capital Markets.
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Em comunicado, a autoridade monetária destacou que a economia norte-americana continua se expandindo de forma sólida, enquanto a taxa de desemprego se estabilizou em nível baixo. De acordo com o documento, dos 19 membros da autoridade monetária, 9 enxergam mais dois cortes de juros nos próximos encontros, dois projetam três cortes, enquanto quatro não veem nenhum corte e quatro preveem apenas um corte.
Segundo Jerome Powell, a atividade econômica segue forte nos EUA, mas ele chamou a atenção para consumidores mais contidos no país. “Indicadores recentes apontam para uma moderação nos gastos dos consumidores”, afirmou durante coletiva de imprensa.
* Com informações da Dow Jones Newswires