O Nasdaq terminou o dia com alta de 0,94%, aos 20.611,34 pontos. Na sessão, o índice tocou os 20.645,41 pontos. O Dow Jones fechou em alta de 0,49%, aos 44.458,30 pontos. O S&P 500 subiu 0,61%, aos 6.263,26 pontos, voltando a se aproximar da máxima histórica de fechamento na quinta-feira da semana passada.
A Nvidia, fabricante líder de chips de IA, subiu 1,8%, para US$ 162,88. No início da sessão, a empresa cravou uma capitalização de mercado de US$ 4 trilhões, tornando-se a primeira companhia a atingir essa marca.
A Apple subiu 0,54%, revertendo queda do início da sessão. A fabricante do iPhone anunciou na terça-feira que o diretor de operações, Jeff Williams, planeja se aposentar ainda este ano. Williams, que está na empresa há 27 anos, transferirá sua função este mês para Sabih Khan, vice-presidente sênior de operações da Apple.
A mineradora Freeport McMoRan recuou 1,5% após a alta de +2,6% de terça-feira. Os preços do cobre para setembro caíram cerca de 3,3% hoje, devolvendo parte da alta de +13% de terça-feira, impulsionada pela intenção do presidente Trump de impor uma tarifa de 50% sobre as importações de cobre.
A Rhythm Pharmaceuticals disparou 36,6%. A biofarmacêutica anunciou resultados promissores sobre um estudo de Fase 2, que avaliou o bivamelagon em pacientes com obesidade hipotalâmica adquirida.
O presidente Trump anunciou o envio de sete cartas com comunicações sobre tarifas nesta quarta-feira, que se somaram a outras 14 correspondências da véspera, totalizando 21. Os investidores assimilaram ainda a ata do último encontro do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), que mostrou divisão entre os membros sobre o timing de corte das taxas de juros diante da incerteza sobre impacto das tarifas.
Juros dos EUA operam em baixa
Os juros dos Treasuries operaram em baixa hoje, recuando após subirem por quatro sessões consecutivas, com atenção à postura tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que enviou cartas a mais países hoje informando sobre as novas cobranças. Por sua vez, as tratativas com alguns dos principais parceiros comerciais do país, como a União Europeia, prosseguem. Além disso, o dia contou com a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) e com o leilão de US$ 39 bilhões em T-notes de 10 anos.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caia a 3,856%. O rendimento da T-note de 10 anos recuava a 4,338%, enquanto o do T-Bond de 30 anos cedia a 4,868%.
Investidores parecem estar ignorando a promessa de Trump sobre não haver extensão ou exceção no prazo final para aplicar as tarifas recíprocas em 1º de agosto, avalia o BMO. Os mercados esperam maior clareza na aplicação das alíquotas pela Casa Branca e eventual resposta de parceiros comerciais relevantes. Até o momento, as cartas enviadas nesta semana aumentam a tarifa média efetiva dos EUA para 20%, segundo cálculos da Oxford Economics, maior do que estava no começo deste ano, mas abaixo da faixa de risco para uma recessão nos EUA, de 25% a 28%. “Nossa teoria é que a maior parte dos países irá assegurar um acordo ou extensão para evitar os aumentos, mas os riscos são de alta”, afirma a consultoria britânica.
A “maioria” dos dirigentes do Fed avaliou que alguma redução nas taxas de juros este ano “provavelmente é apropriada”, já que a pressão ascendente sobre a inflação por meio de tarifas “pode ser temporária ou modesta”, de acordo com a ata. O mercado aumentou levemente a chance de retomada nos cortes de juros pelo Fed em setembro e manteve como probabilidade principal uma redução acumulada de 50 pontos-base (pb) até o fim do ano, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.
A ata do Fed mostra um Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) “claramente dividido”, avalia a Pantheon Macroeconomics. “Alguns” dirigentes veem a taxa básica inalterada em 2025, conforme o documento. “Essa divisão coincide amplamente com os comentários públicos feitos por autoridades do Fed após a reunião”, explica a Pantheon. “Continuamos prevendo flexibilizações de 25 pontos-base em cada uma das reuniões de setembro, outubro e dezembro”, afirma.
O Departamento do Tesouro dos EUA leiloou US$ 39 bilhões em T-notes de 10 anos, com juro máximo de 4,362%. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, ficou em 2,61 vezes, segundo o departamento, acima da média recente de 2,58 vezes, de acordo com o cálculo do BMO Capital Markets.
Moedas globais: dólar fica de lado
O dólar operou perto da estabilidade durante toda a sessão desta quarta-feira, em meio à expectativa por novos acordos comerciais e a divulgação de mais cartas a países parceiros pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A divulgação pelo Federal Reserve (Fed) da ata de sua última reunião de política monetária, realizada em junho, não alterou o ritmo de negociações no mercado cambial. O documento reforçou a divisão entre os dirigentes do Fed sobre cortes de juros ainda em 2025, diante da pressão inflacionária causada pelas tarifas, que pode ser “temporária ou modesta”.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda marginal de 0,04%, a 97,555 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o dólar americano cedia a 146,30 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,1724 e a libra subia levemente a US$ 1,3596.
Para o BBH, “as políticas comerciais protecionistas dos EUA continuarão pesando sobre o dólar”. A instituição aponta que tarifas mais altas aumentam o risco de estagflação, o que também é negativo para o dólar. “Este novo episódio de ruído tarifário deve marcar o próximo movimento de baixa do dólar, assim como vimos durante o Dia da Libertação”, em 2 de abril, conclui.
Cedric Chehab, economista-chefe da BMI, diz que o adiamento do prazo tarifário por Trump prolonga a incerteza no câmbio e tende a manter o dólar pressionado no curto prazo. “Esperamos o índice DXY negociado na faixa de 95 a 100 pontos”, afirmou.
Na Europa, autoridades do Banco Central Europeu (BCE) já indicam que podem intensificar alertas sobre os impactos da valorização do euro, caso a moeda única se aprecie ainda mais, segundo a estrategista de câmbio do Rabobank, Jane Foley. A instituição projeta que o euro suba para US$ 1,20 em 12 meses, mas prevê uma possível correção das recentes altas nos próximos um a três meses.
Para Trump, porém, parte da culpa da fraqueza do dólar é do Brics. “Se perdemos o valor do dólar, é como se tivéssemos perdido uma guerra”, afirmou ontem.