O Dow Jones fechou em alta de 0,20%, aos 44.459,65,51 pontos. O S&P 500 subiu 0,14%, nos 6.268,56 pontos e o Nasdaq terminou o dia com ganho de 0,27%, aos 20.640,33 pontos, nova máxima histórica de fechamento.
A proposta de tarifas para a UE conferiu cautela inicial aos negócios. Por outro lado, o cenário foi favorável para ações ligadas ao setor de defesa. Para Eduardo Velho, economista da Equador Investimentos, o cenário referencial considera que as tarifas serão em média reduzidas ante os níveis das cartas enviadas por Trump em julho.
No segmento de defesa, a GE Aerospace teve alta de 2,71%, a Lockheed Martin subiu 1,33%, a Northrop Grumman ganhou 1,32%.
As ações da MicroStrategy subiram 3,78%, a Coinbase ganhou 1,8%, e a Robinhood teve alta de 1,65% acompanhando o avanço do bitcoin.
A Nvidia fechou em queda de 0,52% em uma pausa após sucessivos níveis recordes levarem a companhia líder em chips de inteligência artificial para um valor de mercado acima de US$ 4 trilhões na semana passada.
A Boeing marcou alta de 1,62%. O analista da Benchmark Josh Sullivan observou que o Departamento de Investigação de Acidentes Aeronáuticos da Índia deve divulgar um relatório preliminar na sexta-feira sobre o voo 171 da Air India, que matou cerca de 260 pessoas. A investigação inicial se concentrou nas ações dos pilotos e, até o momento, não aponta para nenhum problema com o Boeing 787 Dreamliner.
Mercado segue ainda na expectativa da temporada de balanços. Após um forte crescimento no início do ano, o primeiro conjunto de resultados sob as tarifas de Trump deve ser marcado por uma drástica desaceleração no ritmo de crescimento dos lucros. Outro foco de interesse será o índice de inflação ao consumidor, que deve mostrar aceleração da alta. O dado será anunciado na terça-feira (15).
Juros dos EUA operam em alta
Os juros dos Treasuries (títulos públicos americanos) avançaram nesta sessão, em dia marcado pela repercussão à postura comercial do presidente dos Estados Unidos. Além disso, a expectativa pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nesta terça-feira dominou as atenções, em um dia de agenda esvaziada.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,901%. O rendimento da T-note de 10 anos avançava a 4,428%, enquanto o do T-Bond de 30 anos tinha alta a 4,971%.
O comissário de Comércio da União Europeia (UE), Maros Sefcovic, afirmou nesta segunda-feira que o bloco ainda vê espaço para um entendimento com os Estados Unidos sobre tarifas, mas alertou que, caso as conversas fracassem, medidas de retaliação estão no radar. “Queremos negociar tarifas com os EUA primeiro, mas tudo está sobre a mesa, inclusive retaliação”, disse ele em coletiva após uma reunião do bloco em Bruxelas.
Além das tarifas aos grandes parceiros comerciais, o ING destaca que Trump está perdendo a paciência com o presidente russo, Vladimir Putin, e a decisão de enviar sistemas de defesa antimísseis Patriot para a Ucrânia reflete uma reviravolta no pensamento da Casa Branca. “Em termos de sanções, fique atento ao anúncio de quaisquer sanções secundárias aos países que compram petróleo russo. As tarifas de 500% para países que ajudam a Rússia foram atenuadas. A Índia pareceria vulnerável nesse caso. Mas também, os preços da energia podem sofrer um aumento se as sanções finalmente afetarem o fornecimento de petróleo e gás russo”, destaca o banco. Um salto no setor de energia é uma boa notícia para os EUA, independentes em termos de energia e para o dólar, e negativa para os grandes importadores de energia da Europa e da Ásia.
Os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos de junho serão as últimas informações relevantes antes do encontro do Federal Reserve (Fed) de 30 de julho. A expectativa é de aceleração das pressões inflacionárias, um quadro que, se confirmado, dará suporte ao estático Banco Central americano, reforçando o mantra “esperar para ver” em relação ao impacto das tarifas na inflação antes de mexer no nível das taxas de juros. A mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast aponta alta de 0,30% no CPI no mês passado, na comparação com maio. Em maio, a alta mensal foi de 0,1%. Na taxa anual, a previsão mediana é de avanço de 2,6%, ante alta de 2,4% registrada no mês anterior.
Dólar avança com investida tarifária de Trump contra Europa e México
O dólar operou em alta ante pares nesta segunda-feira após o presidente americano aumentar sua investida tarifária, dessa vez prometendo uma tarifa de 30% à União Europeia e o México a partir de 1° de agosto.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,23%, a 98,081 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o dólar subia a 147,75 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,1670 e a libra cedia a US$ 1,3428. A divisa americana também avançava a 1.279,1695 pesos argentinos, em meio às incertezas sobre a agenda econômica do presidente da Argentina, Javier Milei, após a derrota do governo em projeto de aposentadoria no Senado semana passada.
Hoje, o principal negociador comercial da UE, Maros Sefcovic, disse que pretendia falar novamente com seus colegas norte-americanos depois do tarifaço imposto no sábado e que ainda vê espaço para um entendimento com os EUA sobre as tarifas, mas alertou que, caso as conversas fracassem, medidas de retaliação estão no radar.
Uma suposição que os investidores estão fazendo é que outros países cederão às exigências do republicano e que, potencialmente, a UE está disposta a aceitar um acordo comercial que favoreça os EUA, diz o Commerzbank. “Se Trump realmente conseguir extrair concessões significativas dos parceiros comerciais, ameaçando-os com tarifas, isso poderá ser visto como positivo para o dólar”, acrescenta o banco alemão.
Ainda no radar tarifário, o presidente dos EUA propôs uma tarifa de 100% sobre a Rússia se Moscou não concordar em interromper as hostilidades na Ucrânia em 50 dias.
Até o momento, o contínuo recrudescimento das ameaças de taxas de importação do governo Trump teve um impacto limitado nos mercados financeiros, mas uma diferença importante na forma como os participantes do mercado digeriram a recente enxurrada de ameaças é que o dólar se fortaleceu em vez de se enfraquecer (como em abril) em resposta às notícias, diz a Capital Economics.