O Dow Jones fechou em queda de 0,25%, aos 42.982,43 pontos; o S&P 500 ficou estável (0%), aos 6.092,16 pontos; e o Nasdaq fechou em alta de 0,31%, aos 19.973,55 pontos.
As ações dos bancos subiram após conselho do Fed aprovar, por 5 votos a 2, a proposta de alteração do padrão de alavancagem suplementar (eSLR, em inglês) e os requisitos de capital para bancos sistematicamente importantes, conhecidos como GSIBs, nesta quarta-feira. Os papéis do Morgan Stanley e do Wells Fargo subiram 1,34% e 1,23%, respectivamente. O Goldman Sachs ganhou 1,17% e o Citigroup marcou alta de 1,84%.
A Nvidia cravou mais um recorde. As ações subiram 4,33%, para US$ 154,31, superando o recorde de fechamento de US$ 149,43 registrado em 6 de janeiro. Analistas da Loop Capital elevaram na quarta-feira o preço-alvo das ações da fabricante líder de chips de inteligência artificial de US$ 175 para US$ 250 e mantiveram a recomendação de compra para as ações.
As ações das Occidental Petroleum cederam 0,12% e as da Exxon Mobil subiram 0,03%, após queda de mais de 3% na véspera. Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta hoje, recuperando uma pequena parte das perdas que sofreram nos dois últimos dias.
As ações da BP listadas nos EUA subiram 1,67% após o The Wall Street Journal noticiar que a Shell estava em negociações iniciais para adquirir sua rival petrolífera. As ações da Shell listadas nos EUA caíram 0,98%. Um porta-voz da Shell disse à Barron’s que a notícia era “especulação de mercado” e negou que discussões estivessem ocorrendo.
Juros dos EUA recuam
Os juros dos Treasuries voltaram a recuar, em uma semana na qual vem sendo pressionados pelo cessar-fogo no Oriente Médio e pela postura do Federal Reserve (Fed). A redução das tensões na região reduz os prêmios de risco dos preços do petróleo, o que tem impacto desinflacionário, enquanto dirigentes da autoridade, incluindo o presidente Jerome Powell, sinalizaram um espaço para redução de juros neste ano.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,776%. O rendimento da T-note de 10 anos cedia a 4,284%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,830%.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que acredita que o conflito entre Irã e Israel tenha chegado ao fim. “Achamos que a guerra acabou. Não acho que eles voltarão a se atacar”, disse Trump em entrevista coletiva durante a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que classificou como “altamente produtiva” e que “não poderia ser melhor”.
Powell afirmou que é “razoável” esperar alguma inflação devido às tarifas nos próximos meses, mas que a inflação atualmente está “em um bom lugar”, ao realizar testemunho ao Comitê Bancário do Senado americano, nesta quarta-feira. “Temos a economia mais forte do mundo. Em um cenário de alta incerteza como o atual, quero tirar conclusões dos dados reais e não ser tão ousado nas previsões”, disse, ao defender que é necessário continuar o investimento em indicadores econômicos.
“O rendimento dos títulos de 10 anos caiu consideravelmente 10 pontos-base até agora nesta semana. A queda nas taxas se deveu às expectativas de inflação mais baixas, com a normalização dos preços do petróleo, bem como ao discurso dovish do Fed, incluindo o depoimento de Powell”, aponta o Bank of America. Em consequência do comentário dovish, a precificação de mercado para o Fed nos próximos 12 meses adicionou 15 pontos-base de cortes adicionais esta semana e 28 pontos-base de cortes adicionais em relação a 6 de junho.
Moedas globais: dólar cai
O dólar prolongava a queda da véspera ante a maioria das principais moedas no exterior, revertendo o ímpeto visto mais cedo, diante da continuidade do ambiente propício ao risco na esteira do cessar-fogo entre Israel e Irã e da expectativa de desaceleração da economia dos EUA. O euro e libra aceleraram alta e alcançaram os maiores níveis em pelo menos três anos e meio ante o dólar durante a tarde. Na esfera da política monetária, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, manteve a mensagem do Fed, mas citou que a inflação atualmente está “em um bom lugar”, o que deixou espaço para ampliação da aposta em corte da taxa de juros em julho, ainda que a hipótese de manutenção siga predominante.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,18%, a 97,679 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia a 145,18 ienes, o euro se apreciava a US$ 1,1665 e a libra tinha alta a US$ 1,3670.
Perto das 16h22, a ferramenta FedWatch, do CME Group, indicava 24,8% de probabilidade de o Fed reduzir a taxa básica americana já na próxima reunião, no mês que vem. Ontem, esse cenário aparecia com 18,6%. A ainda majoritária hipótese de manutenção no próximo encontro havia caído de 81,4% para 75,2%.
Na audiência no Senado, Powell repetiu o discurso de ontem na Câmara, reiterando a postura de aguardar para ver como as tarifas impactam o cenário prospectivo inflacionário, o que desencadeou novas críticas do presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano disse que já iniciou o processo de escolha de um novo nome para liderar o banco central americano. Segundo ele, há “três ou quatro” pessoas na lista de possíveis indicados.
O dólar pode se desvalorizar ainda mais, já que o crescimento econômico dos EUA parece estar se moderando, afirmou Meera Chandan, analista do JP Morgan, na perspectiva de meio de ano do banco. Dados recentes dos EUA mostram sinais de desaceleração, afirmou. O banco espera que o crescimento dos EUA desacelere mais do que o de outras economias de mercado desenvolvidas e mais do que o da maioria das economias de mercado emergentes. O dólar também enfrenta o impacto da política fiscal de apoio ao crescimento fora dos EUA, disse. O JP Morgan espera que o índice do dólar DXY recue 5,7% no próximo ano.
*Com informações da Dow Jones Newswires