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Juros: mercado coloca tensão doméstica em ‘stand by’ e taxas recuam

(Fonte: SewCream/Shutterstock)

Os juros futuros fecharam em baixa, estimulada pelo comportamento positivo das moedas emergentes ante o dólar e fechamento das curvas no exterior, por sua vez amparados na expectativa de uma linha mais “dovish” do Federal Reserve.

Internamente, a agenda esvaziada no feriado em celebração ao aniversário de 469 anos da fundação de São Paulo, num dia sem novos ruídos da área política e econômica, manteve espaço para outra rodada de retirada dos prêmios acumulados em larga escala na semana passada. A liquidez, contudo, foi um pouco mais baixa do que o padrão.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,49%, de 13,53% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 12,74% para 12,67%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 12,73%, de 12,80% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2029, em 12,96%, de 13,01%.

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Como tem sido recorrente, a oscilação foi mais expressiva nas taxas de longo prazo, que melhor traduzem o humor dos investidores. Os vértices a partir de janeiro de 2029 chegaram hoje a cair mais de 20 pontos-base no começo da tarde, quando o dólar também passou a renovar mínimas. A Bolsa igualmente teve desempenho bastante positivo, com o Ibovespa voltando a romper os 114 mil pontos. Assim, a avaliação nas mesas é de que os ativos locais estiveram num movimento coordenado nesta quarta, comandado pelo fluxo estrangeiro bastante evidente na Bolsa, mas possivelmente também na renda fixa.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Adbelmalack, atrela a desinclinação da curva à trajetória descendente dos rendimentos dos Treasuries, tendo como pano de fundo o vislumbre do investidor do encerramento do aperto monetário nos Estados Unidos no curto prazo e também o maior otimismo com a economia da China.

“Teremos reunião do Fed na semana que vem e a expectativa é de redução no ritmo de alta para 25 pontos-base. Devem deixar a porta aberta, mas é fato que o fim do ciclo está próximo”, avalia Adbelmalack, lembrando que a inflação americana, que atingiu o pico em julho de 2022 a 9,1%, fechou o ano em 6,5%. “O enfraquecimento dos preços e a desaceleração da economia contribuem para o comportamento dos Treasuries e acaba influenciando por aqui.”

O bom desempenho das divisas emergentes também justifica a retirada de prêmios. O real hoje foi destaque ante seus pares, fechando em baixa de 1,22%, aos R$ 5,0799, com mínima na casa de R$ 5,06.

Se o exterior dá algum conforto para os vendidos em DI, o cenário interno é pouco inspirador, dadas as desconfianças em relação à liberdade que o Banco Central terá em sua atuação e a percepção de que as metas de inflação serão ajustadas para cima, o que explica a desancoragem das expectativas.

Outro fator de tensão é a mudança na diretoria de Política Monetária, com a saída de Bruno Serra no fim de fevereiro. Diante da dificuldade de encontrar nomes no mercado em função da defasagem salarial, surge o nome do chefe do Departamento de Reservas Internacionais do BC, Alan Mendes, como possível candidato, o que tende a ser bem recebido.