Fitch reafirmou o rating BB da Usiminas com perspectiva estável e destacou a posição de liderança no aço plano, alavancagem controlada e recuperação da lucratividade até 2027. | Imagem; Adobe Stock
A Fitch Ratings reafirmou os Ratings de Default do Emissor em Moeda Estrangeira e Local de Longo Prazo da Usiminas (USIM5) em ‘BB‘ e o rating na Escala Nacional em ‘AA+(bra)‘. A Fitch também reafirmou o rating ‘BB’ para as notas seniores sem garantia, com vencimento em 2032, emitidas pela Usiminas International S.a r.l. e garantidas pela Usiminas. A perspectiva do rating é estável.
Os ratings da Usiminas refletem sua liderança no mercado brasileiro de aço plano, integração vertical desde a mineração até a distribuição, e forte poder de precificação devido à alta participação de produtos de valor agregado. Eles também refletem uma recuperação da lucratividade à medida que projetos de eficiência entram em operação – energia e injeção de carvão até 2026 e baterias de coque até 2028 ou mais tarde. As restrições incluem medidas comerciais ineficazes e crescente pressão de importação sobre a baixa lucratividade.
A Fitch espera que a alavancagem permaneça contida, com alavancagem Ebitda/alavancagem líquida de 3,2 vezes e 0,4 vez, respectivamente, em 2025 e 2,8 vezes e 0,5 vez, respectivamente, em 2026, com dívida total/líquida média de R$ 6,4 bilhões e R$ 1,0 bilhão, respectivamente, até 2027.
A Usiminas detém uma posição de liderança no mercado brasileiro de aço plano e mantém uma forte presença na cadeia de suprimentos automotiva doméstica, avalia a Fitch. A empresa é verticalmente integrada ao longo da cadeia de valor, desde a mineração e produção de aço bruto até a transformação e distribuição a jusante. Seu mix de vendas é composto de produtos de maior valor agregado, como galvanizados e chapas grossas, que representaram aproximadamente 40% das vendas em 2024 e sustentam a resiliência de preços e a redução da sensibilidade à demanda.
Apesar de alguma resiliência na demanda doméstica, as medidas tarifárias e de cotas têm sido ineficazes para evitar a erosão de preços. As importações, particularmente da China, aumentaram acentuadamente, com a penetração das importações atingindo um recorde de 23% no primeiro semestre de 2025, acima dos 18,4% no primeiro semestre de 2024. Nesse contexto, as iniciativas de controle de custos da Usiminas em energia, eficiência das baterias de coque e a implementação da injeção de carvão pulverizado devem elevar o Ebitda por tonelada para cerca de US$ 70 em 2026, de US$ 57 em 2025.
A Fitch espera que as vendas de minério de ferro se recuperem para cerca de 9,0 milhões de toneladas em 2026, de 8,5 milhões de toneladas em 2024, à medida que as operações em novas áreas de mineração se consolidam. Isso também apoiou uma redução nos custos, com custos em dinheiro médios de R$ 121,5/tonelada no primeiro semestre de 2025, em comparação com R$ 134/tonelada em 2024. De acordo com a CRU, os custos de mineração da Usiminas estão no quarto quartil da curva de custos de minério de ferro marítimo, próximo a US$ 60/tonelada.
O Ebitda da Usiminas está projetado em R$ 1,9 bilhão em 2025, apoiado por economias de custos e recuperação da mineração. A Fitch espera que o capital de giro se estabilize e mantenha a flexibilidade de capex em 2025 em meio a uma perspectiva de aço sem brilho. O caso base implica uma margem de fluxo de caixa livre de 0,3% após R$ 1,3 bilhão em capex e menos de R$ 300 milhões em dividendos. (CFO-capex)/dívida é de cerca de 6% em 2025, caindo para 0,4% em 2026 à medida que o capex aumenta.
A Usiminas (USIM5) manteve baixa alavancagem nos últimos cinco anos. A Fitch projeta que a dívida bruta e líquida permaneçam modestas, com média de cerca de R$ 6,4 bilhões e R$ 1,0 bilhão entre 2025 e 2027.