A Fundamenta Investimentos, gestora que utiliza estratégias sistemáticas na análise fundamentalista e possui cerca de R$ 1,3 bilhão sob gestão, está se preparando para mergulhar nas plataformas de investimentos. Após quase 14 anos do lançamento de seu fundo de ações, o Fundamenta FIA, a casa começou a negociar os primeiros contratos para que, em breve, o produto seja disponibilizado de forma mais ampla, com o objetivo de aumentar a penetração no varejo e escalar a captação.
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“É importante termos um canal de distribuição muito bem gerenciado. Após sedimentar nossa base, agora vamos, devagar, começar a distribuição via plataformas”, disse Valter Bianchi Filho, sócio fundador e diretor de investimentos da Fundamenta, em entrevista ao Broadcast Investimentos.
Segundo o executivo, a ideia sempre foi criar uma “base cristalizada do passivo”, ou seja, de clientes, para construir um histórico do fundo e só então explorar outros terrenos. Ele reconhece que isso pode ter tornado o crescimento da casa – que já existe há 18 anos – mais lento, mas que houve a preferência por priorizar “prudência e alinhamento com os clientes”.
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Mas em uma indústria em que fundos de ações sofrem com resgates em momentos de incerteza e volatilidade, a Fundamenta identificou que o tempo médio de permanência de seus cotistas é de seis anos. E Bianchi Filho credita isso à rentabilidade. “É um mercado em que se não entregarmos resultado, o cliente resgata. É o retorno que segura o cliente no longo prazo”, afirma. O Fundamenta FIA acumula ganhos de 268,43% desde seu início até maio de 2024, ante 89,41% do Ibovespa.
Além do FIA, que possui cerca de R$ 110 milhões de patrimônio líquido (PL), a Fundamenta também desenvolve fundos exclusivos para grandes investidores, muitos replicando as estratégias do carro-chefe da casa.
Estratégia sistemática
Nos últimos anos, a Fundamenta migrou de uma casa com estratégia 100% fundamentalista – como o próprio nome destaca – para, de forma pragmática, abraçar os conceitos de investimento sistemático. “Reconhecemos as grandes vantagens de se adotar uma abordagem sistemática. É um contorno dos vieses comportamentais que tanto interferem em nosso processo decisório”, diz Bianchi Filho.
O processo é proprietário, desenvolvido com base em análise de dados, e atualmente conta com quatro estratégias sistemáticas rodando. A base de análise – considerando filtros como liquidez na Bolsa e critérios de qualidade – é de 250 ativos, sendo que o FIA opera com uma média entre 20 e 25 papéis. A intervenção humana só acontece quando fatores de risco – como uma eventual concentração setorial, por exemplo – são identificados.