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Verde muda posição na renda fixa e reduz exposição global; veja apostas do fundo

Carta mensal da gestora revela previsão para a Bolsa brasileira em 2025

Verde muda posição na renda fixa e reduz exposição global; veja apostas do fundo
Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset (Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO)

O fundo Verde, da gestora que tem como sócio-fundador Luis Stuhlberger, fez algumas movimentações durante o mês de dezembro, como na renda fixa local, saindo da posição de inflação implícita longa, por conta do preço, enquanto manteve uma pequena posição aplicada (que aposta na queda) em juro real. Além disso, o fundo reduziu sua exposição global, segundo a carta mensal da Verde, divulgada nesta quarta-feira (8).

“O cenário para os mercados brasileiros em dezembro continuou extremamente desafiador. A reiterada opção pelo populismo fiscal revelada em novembro cobra um preço alto, e se não fosse a forte intervenção do Banco Central no mercado cambial, teria sido maior ainda”, avalia a equipe de gestão da Verde. A carta destaca ainda que, embora a sazonalidade de dezembro sempre mostre saídas cambiais, isso foi “exacerbado pelo pessimismo generalizado que se abateu sobre os agentes econômicos”. “A intervenção, em grande escala, atenuou os efeitos imediatos das saídas, mas não pode ser mantida nessa toada.”

Na avaliação da gestora, os impactos inflacionários da desvalorização serão sentidos ao longo de 2025 e devem forçar o Banco Central a elevar os juros para “patamares que considerávamos esquecidos”. “O modelo econômico de acelerador fiscal com freio monetário segue em direção ao muro, e embora os preços de vários ativos já embutam prêmios de risco bastante significativos, continuamos a manter um posicionamento mais negativo”, afirma a equipe de gestão.

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Assim, a carta informa que o fundo também está liquidamente vendido (apostando na baixa) em Bolsa brasileira, além de posição vendida em real.

Já olhando para o exterior, a Verde diz que o mundo segue à espera da posse de Donald Trump nos Estados Unidos, e vários ativos já têm reagido a declarações e antecipado efeitos de potenciais medidas. “Em dezembro, o dólar se apreciou novamente, as taxas de juros longas subiram de maneira importante e os mercados acionários perderam força. É uma combinação que aperta as condições financeiras e já embute expectativas importantes sobre novas tarifas, redução de imigração e continuidade de grandes déficits fiscais americanos”, descreve a gestora, destacando que, sobre China, Trump tem ficado em silêncio. “Veremos até quando isto dura.”

Lá fora, a Verde informa que a posição em juro real nos Estados Unidos foi transformada em uma posição de inflação implícita. Além disso, está vendida em renminbi chinês e iniciou uma “pequena posição” vendida na rúpia indiana. Foram mantidas a alocação em cripto e a posição comprada (que aposta na alta) em petróleo.

Resultado em dezembro

Em dezembro, o Verde FIC FIM apresentou alta de 2,20%, acima do indicador de referência, o CDI, que teve alta de 0,93%. No ano, o fundo acumulou valorização de 12,10%. O resultado do mês passado se deu pelos ganhos em posições tomadas em juros, vendidas em Bolsa local e no real, em crédito e na posição short (vendida) na moeda chinesa. Já as perdas vieram de bolsa global, de uma posição de valor relativo em moedas e de juro real brasileiro.