O fundo multimercados Verde, da gestora de mesmo nome, fundada por Luis Stuhlberger, voltou a ficar comprado em real contra o dólar – o que significa uma aposta na alta da moeda brasileira ante a americana. O relatório de gestão referente a novembro explica que a mudança ocorre por acreditar que “uma melhora estrutural ocorreu ao longo de 2023 e talvez não tenha sido adequadamente percebida pela maioria dos analistas”.
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Ainda no mercado de câmbio, o Verde tem posições compradas em rúpia indiana contra a moeda chinesa, o renminbi.
Melhora estrutural
O documento indica que a balança comercial vem renovando recordes e pode seguir nesta toada em 2024. Este indicador é visto como fator relevante para a taxa de câmbio para os analistas do Verde. “Embora sujeito a flutuações, fatores estruturais tendem a prevalecer, e o novo normal deverá ser convivermos com superávits comerciais da ordem de US$ 100 bilhões ou até acima disso.”
Os preços dos itens exportados no Brasil já caíram 15% desde o pico, durante a pandemia, “e ainda assim o saldo comercial vem crescendo”. Além disso, nos meses recentes os preços de exportados parecem estar se estabilizando, enquanto o de itens importados segue caindo. Os produtos com mais espaço na exportação brasileira, petróleo e soja, vislumbram um cenário positivo, de acordo com o Verde.
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“Tanto petróleo como a soja passaram por uma onda de investimentos, que parece produzir ganhos estruturais. No caso do petróleo, o retorno dos investimentos é mais defasado e segundo as projeções consensuais ainda deve causar aumento de produção nos próximos anos (que se reflete em aumento proporcionalmente maior nas exportações, porque o consumo interno cresce pouco). Já a soja se beneficiou do salto dos investimentos no campo dos últimos dois anos, incentivada por preços muito atrativos, que deve trazer efeitos duradouros (e o mesmo vale para outros produtos)”, aponta o relatório.
Outras posições
O Verde reduziu sua exposição em ações, tanto no Brasil quanto no exterior. Já a posição aplicada em juros reais no mercado local foi mantida. “No mercado global, diminuímos novamente as posições tomadas no Japão, zeramos posições aplicadas na parte longa da curva nos Estados Unidos, mas continuamos aplicados no juro real americano”, aponta a carta. Uma pequena alocação em petróleo foi mantida, assim como exposição em crédito local e global.
Novembro
No mês passado, o Verde FIC FIM mostrou resultado positivo de 2,91%, acima do indicador de referência (CDI), que teve alta de 0,92%. No acumulado do ano, porém, o veículo avança 10,85% e perde para os 12,04% do CDI. Segundo o relatório mensal, os ganhos de novembro vieram com ações no Brasil, posições aplicadas em juros reais, bolsa global e posições de juros nos EUA e Europa.