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Fundos de pensão públicos dos EUA fazem apostas mais arriscadas

A maioria dos fundos de pensão ainda evita emprestar dinheiro, mas o uso tem se disseminado rapidamente

Fundos de pensão públicos dos EUA fazem apostas mais arriscadas
(Foto: Envato Elements)

Fundos de pensão públicos nos Estados Unidos não têm nem de perto o suficiente para pagar todas as suas obrigações aos futuros aposentados. Nesse quadro, um número crescente deles adota uma solução arriscada: investir com dinheiro emprestado.

Conforme os mercados de ações e bônus enfrentam dificuldades, esta é uma aposta perigosa. Mais de 100 governos estaduais, municipais, de condados e outros emprestaram para seus fundos de pensão no ano passado, o dobro do visto em qualquer ano anterior, segundo análise da Municipal Market Analytics, a partir de dados da Bloomberg. Quase US$ 13 bilhões em bônus desses fundos foram vendidos no ano passado, mais que a soma dos cinco anos anteriores.

O Teacher Retirement System do Texas, quinto maior fundo de pensões públicas dos EUA, começou a alavancar seu portfólio de investimentos em 2019. No próximo mês, o maior fundo do tipo nos EUA, dos aposentados do setor público da Califórnia, com quase US$ 440 bilhões, conhecido como Calpers, será alavancado pela primeira vez em seus 90 anos de história.

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A maioria dos fundos de pensão ainda evita emprestar dinheiro, mas o uso dessa alavancagem tem se disseminado mais rápido que nunca. Apenas quatro anos atrás, nenhum dos cinco maiores fundos de pensão recorria à estratégia. Investir com dinheiro emprestado pode impulsionar ganhos quando os mercados estão subindo, mas também tornar as perdas mais severas nas baixas. O recuo nos mercados financeiros neste ano será um teste para a estratégia.

No primeiro trimestre, os fundos de pensão públicos como um todo tiveram retorno mediano de -4%, segundo dados divulgados no mês passado pelo Wilshire Trust Universe Comparison Service. Como comparação, um portfólio de 60% de ações e 40% de bônus, não o usado pelos fundos, teve retorno de -5,55% no mesmo trimestre, segundo o Wilshire.

Perdas nos fundos de pensão públicos podem afetar também os governos por trás deles, bem como os cidadãos comuns. Quando investimentos desses fundos têm retornos ruins, os governos são os principais responsáveis por cobrir as perdas, pressionando-os a cortar outros gastos ou a elevar a receita.

*Com informações do Dow Jones Newswires.