A Gama Investimentos, hub independente para fundos espelho (os chamados “feeders”) de grandes gestoras estrangeiras no Brasil, bateu a marca de R$ 1 bilhão captados nos últimos seis meses. O impulso veio principalmente de duas frentes: o apetite por renda fixa internacional e a ampliação da prateleira permitida pelas novas regras da instrução 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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“O grande destaque dos últimos meses foi a Oaktree. É um dos fundos internacionais que mais capta, está na cabeça de todo mundo”, afirmou Bernardo Queima, presidente executivo (CEO) da Gama, em entrevista ao Broadcast Investimentos. Para ele, a renda fixa internacional tem feito cada vez mais sentido para os investidores brasileiros, em meio aos juros altos lá fora, e a famosa gestora de Howard Marks é vista com destaque por sua estratégia de crédito privado – que, nos últimos 12 meses, apresentou rentabilidade de CDI + 4%.
Mas o fundo da Oaktree não foi o único que apoiou a captação da Gama neste ano. Queima destaca também os fundos da Fundamenta – com estratégia long-bias de títulos de crédito corporativos e soberanos com foco na região da América Latina – e da Pearl Diver – com estratégia de crédito corporativo estruturado em mercados globais, com foco específico em CLOs (obrigações de empréstimos colaterizados).
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“Os investidores estão vendo os benefícios de se investir em países desenvolvidos, em mercados mais profundos”, diz o CEO da Gama. E é nesse ponto que entra a segunda frente de captação da gestora, uma vez que as estratégias mencionadas, que chegaram mais recentemente, só foram possíveis a partir do novo arcabouço para fundos de investimento, a CVM 175. “São produtos mais sofisticados, que antes não eram possíveis no Brasil.”
Além disso, houve a transferência de gestão do fundo Zeno Global, da Dynamo para a Gama, em fevereiro deste ano. “Possibilitou um incremento de AUM (sigla em inglês para “ativos sob gestão”) e possibilidade de expansão no sentido de termos diversas boas opções para se investir internacionalmente”, afirma Queima. O fundo Zeno Global possui patrimônio líquido (PL) de aproximadamente R$ 290 milhões.
Para o CEO da Gama, não se trata de “ou um, ou outro”, mas sim de um caminho para que cada vez mais os investidores entendam o “almoço grátis” de se diversificar o portfólio com alocação internacional. E ele não vê um início de cortes de juros no exterior com cautela – dado que reduziria a atratividade da renda fixa -, pois tem se falado em um mundo inflacionário e taxas “higher for longer”. “A renda fixa internacional vai continuar fazendo sentido”, afirma.
Com 18 estratégias no portfólio e R$ 4 bilhões sob gestão, com projeções de dobrar esse valor num futuro próximo, a Gama já adiantou que prepara hedge funds para investidores qualificados, fundos de private market semi-líquidos e fundos de ações mais sofisticados, inclusive os que olham para a captura de valor da inteligência artificial.
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