UBS BB considera Gerdau uma boa alternativa em carteira com exposição a commodities
Presença forte no mercado americano coloca a siderúrgica em posição estratégica para ganhar com substituição de importações e alta na paridade de preços
A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o aço importado tende a favorecer a Gerdau (GGBR3; GGBR4), devido à sua presença significativa no mercado norte-americano. A avaliação é do UBS BB, que destacou o potencial da empresa em relatório divulgado nesta segunda-feira (14). Em junho, o banco já havia elevado a recomendação da Gerdau para compra e, agora, reforça a visão positiva: “Vemos a Gerdau como uma boa alternativa para manter exposição ao setor de commodities”, escreveram os analistas.
Segundo o UBS BB, a unidade americana da Gerdau está bem posicionada para se beneficiar da substituição de importações e do aumento nos níveis de paridade de importação em relação ao ponto de equilíbrio. Na prática, isso pode significar um impulso nos lucros da companhia nos próximos trimestres. As projeções do banco apontam para um crescimento de 20% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa em 2026, na comparação anual. Esse avanço deve resultar também em uma alta de 12% no Fluxo de Caixa Livre (FCF), com retornos de caixa ainda mais expressivos.
Apesar da perspectiva positiva, o UBS BB observa que parte do mercado ainda demonstra cautela. “Os investidores têm se mostrado um tanto céticos em relação a esse movimento, devido à falta de clareza sobre os termos finais de um possível acordo com o México para tarifas mais baixas”, apontam os analistas. Segundo relatos recentes da imprensa, a negociação prevê um limite de cotas bastante restritivo — fator que, na avaliação do banco, não deve comprometer a tese de valorização da Gerdau.
O relatório também chama atenção para o contexto internacional, marcado pelo excesso de produção de aço na China, que continua exportando grandes volumes a preços baixos. Nesse cenário, o Brasil tem sido um dos principais destinos desses produtos, em parte devido à fragilidade da proteção à indústria siderúrgica nacional, destaca o UBS BB.