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Com 50% do fundo no bolso, gestora mostra apetite para investimentos de risco

A Volpe Capital apostou em não investir todo o dinheiro de seu fundo em 2021, quando iniciou suas atividades

Com 50% do fundo no bolso, gestora mostra apetite para investimentos de risco
(Foto: Envato Elements)

A Volpe Capital fez a aposta de não investir todo o dinheiro de seu fundo de growth capital – estágio que corresponde a rodadas de Series A ou B – em 2021, quando iniciou suas atividades. Enquanto alguns ainda “nadavam de braçada” na liquidez abundante da época, a gestora rodou modelos que indicavam valuations (valor do ativo, cálculo em que é possível estimar o preço mais provável do ativo ou empresa em dado momento) caros das startups e escolheu esperar. Agora, com cerca de 50% do fundo ainda disponível, a Volpe está com apetite para aproveitar o momento que considera uma “boa safra” para investimentos de risco.

“Fomos bastante disciplinados no começo do fundo, que iniciou com US$ 105 milhões. Na nossa estratégia, rodamos modelos financeiros para fazer o investimento e precisamos enxergar se o valuation pago faria sentido em uma saída para [o contexto da] América Latina, o preço de entrada tem que ser calibrado para o tamanho do mercado e o retorno que seja interessante. E, em 2021, vimos que os valuations não faziam sentido”, disse Milena Oliveira, sócia e cofundadora da Volpe, em entrevista ao Broadcast Investimentos. Assim, entre 2021 e 2022, o fundo se limitou a investir algo entre 20% e 30%.

Oliveira conta que, na época, a decisão deu um “frio na barriga”. “Pensávamos: ou estamos completamente equivocados e perdendo oportunidades, ou estamos sendo disciplinados e depois teremos dinheiro para investimento em um momento mais interessante”, diz. E esse aguardado momento “mais interessante” chegou, na avaliação da executiva.

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A gestora acredita que 2024 e 2025 terão “uma boa safra de investimentos para venture capital” porque as empresas que “chegaram do outro lado” do chamado “inverno das startups” – que teve uma redução de liquidez em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador – estão “mais maduras, com modelos melhores e com mais consciência do uso do capital”. Oliveira ainda destaca que os times estão mais experientes e há negócios na fase de “ponto de equilíbrio” (break even). “Essa combinação é muito poderosa.”

Até agora a Volpe tem 11 investidas na carteira. A expectativa é que o dry powder – expressão dada ao capital comprometido que ainda não foi investido – seja direcionado para ofertas subsequentes (follow on) para empresas do fundo e para quatro novas investidas.

Em termos de tese, a gestora é agnóstica, mas Oliveira conta que alguns setores que olha ativamente são fintechs de infraestrutura, soluções relacionadas ao e-commerce, saúde e bem-estar, agronegócio, climate techs e SaaS (software as a service) para B2B.

Só depois de destinar o capital do primeiro fundo é que a Volpe vai partir para um segundo fundo de growth, adiantou Oliveira. Ela estima que isso deve acontecer até o final do ano ou talvez no ano que vem.

*A repórter viajou a convite da organização da South Summit

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