Enquanto os últimos dois anos foram de “destruição de valor”, com o aperto das condições financeiras, a expectativa é que 2024 seja mais positivo para as carteiras de investimentos. A avaliação é de Fabiano Rios, sócio-fundador e diretor de investimentos (CIO, na sigla em inglês) da Absolute Investimentos.
“Ano passado e este ano foram de destruição de valor. Mas o ciclo de aperto monetário ficou para trás, os bancos centrais vão acomodar a convergência da inflação e há perspectiva de melhora para os ativos. Agora a tendência é de anos mais fáceis, com índices de acerto melhor. Ano que vem vai ser mais positivo para as carteiras de todo mundo”, afirmou Rios, durante participação hoje no evento Itaú Macro Vision, em São Paulo.
O gestor diz que, apesar dos constantes estudos, os modelos de análise “têm errado muito” na projeção econômica. “O crescimento surpreendeu para cima e a inflação para baixo, e isso não é pouca coisa”, diz.
Para ele, é possível observar um paralelo sobre o que aconteceu na década de 1990 e agora, como os juros americanos altos em meio ao grande crescimento do país, além de empresas com alta dos lucros e consequente alta das bolsas em Nova York. “A gente acredita que, agora, o crescimento de lucros fortes e as surpresas de alta trimestre após trimestre vai seguir, com uma reprecificação das bolsas”, afirma Rios.
Por outro lado, o gestor menciona que a década de 1990 terminou com uma “bolha” especulativa. “Não sei se agora vai terminar em bolha, pode ser o estágio inicial de uma formação de bolha. Mas estaria muito longe disso e eu diria que vale a pena ter posição em bolsa”, diz.
Carlos Woelz, sócio-fundador e diretor da Kapitalo Investimentos, também está otimista com as bolsas americanas, embora ache que as empresas de pequeno e médio porte estão “muito caras” e sem perspectiva de “boom de produtividade”. Na avaliação do gestor, há um risco de recessão global, mas menor que o esperado no início do ano, e pode ser hora de comprar ativos. “A queda de juros é uma ‘delícia’ [para a
bolsa], vale a pena tentar pegar [o movimento]”, afirma.