Mesmo com as mudanças em discussão na Lei das Estatais que abririam portas para indicações políticas a essas empresas, o Banco do Brasil parece mais protegido por políticas internas, na percepção do Goldman Sachs. Os analistas afirmam que a política interna de sucessão, que é independente da lei aprovada em 2016, cria freios a possíveis viradas bruscas.
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O analista Tito Labarta lembra que o BB é listado no Novo Mercado, segmento de maior exigência em termos de governança corporativa da Bolsa, só possui ações ordinárias, todas com o mesmo direito a voto e a tag along. “Além disso, quatro de oito membros do conselho de administração são independentes, com dois representando acionistas minoritários”, diz ele.
O Goldman pontua ainda que a política interna de sucessão do banco exige que os indicados possuam pelo menos 10 anos de experiência na área de atuação do BB, no setor público ou no setor privado, em função de direção superior, ou experiência de ao menos 4 anos como diretor, conselheiro, membro de comitê de auditoria ou de chefia superior em empresas de porte semelhante.
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Na visão da casa, isso reduz os danos de uma potencial alteração na Lei das Estatais que reduza de 36 meses para 30 dias a quarentena para que pessoas com ligações políticas possam ocupar cargos em empresas controladas pelo governo. A mudança foi aprovada de forma relâmpago pela Câmara dos Deputados nesta semana.
Labarta cita ainda os nomes cotados para ocupar a presidência do BB no governo Lula. Como mostrou o Broadcast na terça, Paula Teixeira, vice-presidente de Riscos do banco, a diretora jurídica, Lucineia Possar, e a presidente da Brasilprev, Ângela Assis, são os nomes mais citados. As três são funcionárias de carreira do banco.
O analista também destaca que o BB caminha para entregar rentabilidade acima de 20% neste ano, está bem capitalizado em relação a 2016 e que o preço da ação, pressionada pelo noticiário sobre a transição de governo, não reflete estes pontos.
“O valuation da ação esteve em 0,5 vez o valor patrimonial pela última vez na recessão de 2015-16”, escreve ele. “Negociando a 2,9 vezes o preço/lucro para 2023 e a 0,5 vez o patrimônio, achamos que a maior parte dos riscos estão precificados, e com uma oferta de 14% de retorno em dividendos.”
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