O Goldman Sachs reforçou as expectativas de maior capex para a Petrobras nos próximos anos, considerando a chegada da nova gestão Lula no início de 2023. Contudo, a instituição financeira manteve a recomendação neutra para os papéis da estatal, apontando que há maior incerteza sobre o futuro da companhia em função das políticas que poderão ser adotadas pelo próximo governo. A avaliação consta em relatório divulgado nesta quinta-feira (29).
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Para os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, que assinam o relatório, a expectativa atual de dividendos entre 2023 e 2026 pode sofrer redução estimada em torno de 37%. O Goldman Sachs observou ainda que um possível congelamento das vendas de ativos da Petrobras pode trazer riscos para a PetroReconcavo, que quer comprar o Polo Bahia Terra, atualmente em posse da estatal.
“Os principais riscos para nossa tese de investimento incluem preços do Brent abaixo ou acima do esperado, valorização ou depreciação da moeda brasileira, produção abaixo ou acima das expectativas e intervenção do governo na precificação do combustível”, diz o relatório.
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Nos próximos 12 meses, os preços-alvos estabelecido pelo Goldman Sachs para as ações da Petrobras são de R$ 29,50 para os papéis ordinários e de R$ 26,90 aos preferenciais, representando possíveis valorizações de 18,9% e 8,4%, respectivamente, em comparação ao fechamento de ontem.
Novo governo
Reportagem do Estadão divulgada na segunda-feira, 26, apontou que o futuro governo Lula pretende expandir a capacidade nacional de refino de petróleo, a partir da ampliação e modernização das refinarias existentes, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Contudo, o plano pode ser revisto até o início de março em função de uma recomendação da equipe de transição.
A equipe de transição também apontou a necessidade de criação de um fundo de estabilização do preço dos combustíveis em até 90 dias, além de congelar as vendas de ativos em andamento.
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PetroReconcavo
Apesar da expectativa de maior incerteza para a Petrobras, o Goldman Sachs mantém a recomendação de compra para a PetroReconcavo. O preço-alvo apontado pelos analistas para a companhia privada é de R$ 33,40, o que representa um possível aumento de 1,05% em relação ao último fechamento.
Os analistas apontaram ainda cinco possíveis riscos que podem impactar a PetroReconcavo, são eles: preços de petróleo mais baixos; produção abaixo do esperado nos próximos anos; incapacidade de conversão de reservas contingentes para comerciais; risco regulatório relacionado a prorrogações de concessões e o fim do benefício fiscal vigente concedido pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).