O banco americano Goldman Sachs elevou sua estimativa de resultado operacional da JBS (JBSS3) no primeiro trimestre de 2025 e manteve recomendação de compra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 54,20. Isso representa um potencial de valorização de 23% em relação ao valor atual na B3. A expectativa é de que a empresa divulgue seus resultados no dia 13 de maio.
No relatório enviado a clientes na última quinta-feira (1), os analistas Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann afirmam que a JBS deve registrar um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 9,3 bilhões no trimestre, 7% acima da média das projeções do mercado.
Segundo os analistas, a companhia deve gerar, até 2027, um volume de caixa equivalente a 24% de todo o seu valor de mercado atual. Esse dinheiro poderá ser usado para pagar dividendos e investir em produtos com maior valor agregado. “A JBS oferece uma combinação atraente de bom momento de lucros, possível superação das projeções de consenso, evento positivo de curto prazo com o processo de dupla listagem em andamento, e geração de caixa convincente”, escreveram.
O banco considera que a principal força da JBS está na sua diversificação, tanto geográfica quanto de produtos. Isso significa que, mesmo que um setor sofra, outros podem compensar – o que reduz oscilações nos resultados. A empresa atua com carne bovina, suína e de frango no Brasil, Estados Unidos, Austrália e outros mercados.
Apesar da queda nos lucros da subsidiária americana Pilgrim’s Pride (PPC), os analistas consideraram que os números mostraram continuidade do bom momento do frango, com crescimento de 20% nas vendas de alimentos processados nos EUA.
A JBS negocia hoje com desconto de 16% em relação à americana Tyson Foods, com base no múltiplo EV/Ebitda em padrão contábil americano (US GAAP). O Goldman vê esse desconto como injustificado, diante do porte e da performance da empresa brasileira.
No próximo dia 23, os acionistas da JBS votarão sobre a proposta de listagem das ações também na Bolsa de Nova York, além da B3. A expectativa da companhia é estrear no mercado americano em junho. A operação não terá voto dos dois maiores acionistas – J&F e BNDESPar -, o que concentra a decisão nos minoritários.